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Ibovespa fecha janeiro com alta mensal de 3,37%; S&P 500 salta 6,2%

Fluxo estrangeiro mantém bolsa no azul mesmo com preocupações fiscais do novo governo; dólar cai quase 4% no mês e vai a R$ 5,07. NTCO3 tem mais um dia de destaque.

Por Bruno Carbinatto
31 jan 2023, 18h51
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/Divulgação/VOCÊ S/A)
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A relação entre a era Lula III e a Faria Lima começou com o pé esquerdo, você sabe – basta ler o noticiário dos primeiros trinta dias de governo. Mas não foi o suficiente para derrubar o Ibovespa no primeiro mês do ano: o índice fechou em alta de 3,37% em janeiro, muito graças ao otimismo do investidor estrangeiro.

Na novela política são as preocupações fiscais, ou seja, de que as contas públicas podem sair do controle com os gastos da gestão petista, que mais desagradam investidores e levam ao medo de juros e inflação elevados por mais tempo – o que, por consequência, derruba a bolsa. 

Mas esse lado da balança acabou pesando menos no acumulado de janeiro. Do outro lado, o otimismo gringo prevaleceu. Até a última sexta-feira (27), o saldo de grana estrangeira entrando na B3 ficou em R$ 10,899 bilhões. Isso explica também a queda livre do dólar, que, no mês, caiu quase 4% e voltou a flertar com os cinco reais (fechou hoje a R$ 5,07).

Não foi um mês positivo só para a B3, é claro. O otimismo também foi generalizado em Wall Street: em janeiro, o S&P 500 acumulou alta de 6,2% – sua melhor performance mensal desde outubro. O Nasdaq saltou surpreendentes 10,7% no seu melhor mês desde julho. Em comparação com os janeiros dos anos passados, foi o melhor começo de ano desde 2001 para o índice que concentra ações de tecnologia

Entre os motivos para a festa está a percepção de que a economia mundial não vai tão mal assim como se imaginava antes. O FMI, por exemplo, revisou suas estimativas e agora prevê que a economia global cresça 2,9% em em 2023, ante a previsão anterior de 2,7%. Um dos motivos para a melhora é que o fundo espera que a inflação irá ceder.

A expectativa por uma demanda global mais forte, ou, pelo menos, “menos fraca” do que se esperava, é positiva para todo mundo, mas principalmente para ações ligadas a commodities, as quais compõem o grosso do Ibov.

O segundo motivo de otimismo é relacionado ao primeiro: investidores agora esperam que os bancos centrais comecem a pegar mais leve no aumento de juros, visto que a inflação finalmente dá sinais de que está sendo domada. Amanhã, novos dados preciosos sobre essa tese deverão ser divulgados.

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É que amanhã é “Super Quarta”, o apelido dado pelo mercado para quando os bancos centrais brasileiro e americano divulgam suas decisões monetárias no mesmo dia. A expectativa é que o Fed dê sinais claros de que a inflação está entrando sob controle e que o aperto não durará muito tempo – numa visão otimista, é claro; o Fed sempre pode surpreender. Por aqui, porém, a cautela com o Copom é maior, justamente pelas preocupações de ordem fiscal com o novo governo.

No dia 

Especificamente nesta terça, o Ibovespa teve um dia positivo, com alta de 1,03%. O pregão foi marcado por um clima de espera, já que o evento da semana mesmo é a Super Quarta. A reunião na Febraban com a presença de ministros, incluindo Haddad (Fazenda), ficou no radar, mas não trouxe muitas novidades para além da sinalização de que a desoneração dos combustíveis de fato deverá acabar em fevereiro.

Entre os destaques do dia, as ações da Natura (NTCO3) figuraram entre as maiores altas pelo segundo dia consecutivo, subindo 6,5% hoje. Seguem fortes as notícias de que a gigante brasileira pretende vender a Aesop, empresa de cosméticos de luxo, numa transação que pode chegar a US$ 2 bi. Entre as interessadas estão a LVMH, L’Oréal e Shiseido.

Duas ações do setor de educação, Cogna e Yduqs, também se destacaram entre as maiores altas (veja abaixo). Ontem, o Ministério da Fazenda autorizou um repasse de R$ 500 milhões para o Fundo Garantidor do Fies, programa que está no cerne do governo Lula. 

De resto, sobrou a expectativa pela Super Quarta. Até amanhã.

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Maiores altas

Cogna (COGN3): 10,19%

Hapvida (HAPV3): 9,57%

YDUQS (YDUQ3): 7,16%

Dexco (DXCO3): 6,95%

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Petz (PETZ3): 6,63%

Maiores baixas

Assaí (ASAI3): -5,44%

JBS (JBSS3): -3,97%

Klabin (KLBN11): -1,78%

Minerva (BEEF3): -1,62%

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Raia Drogasil (RADL3): -1,59%

Ibovespa: 1,03%, aos 113.430 pontos

Em Nova York

S&P 500: 1,47%, aos 4.076 pontos

Nasdaq: 1,67%, aos 11.584 pontos

Dow Jones: 1,10%, aos 34.086 pontos

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Dólar: -0,75%, a R$ 5,0767

Petróleo

Brent: 1,14%, a US$ 85,47 

WTI: 1,24%, a US$ 78,87 

Minério de ferro: -1,31%, negociado a US$ 128,21 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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