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Investidores esperam dados de emprego nos EUA e reunião ministerial de Lula

Inflação na Europa fica abaixo dos dois dígitos pela primeira vez desde agosto, e dá esperança para futuros cautelosos em Wall Street.

Por Tássia Kastner, Camila Barros
6 jan 2023, 08h17
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

O primeiro sextou de 2023 é um combo de alívio com expectativa. A Zona do Euro anunciou que a inflação por lá deu uma boa trégua, reflexo de um inverno absurdamente ameno (a Alemanha não registra temperaturas negativas há mais de duas semanas), comedimento nos preços do petróleo e controle nos preços do gás.

Os preços caíram de 10,1%, em novembro, para ainda salgados 9,2%. É a primeira vez desde agosto que a inflação de lá fica abaixo de dois dígitos. Dados de Alemanha e França, divulgados ao longo da semana, já mostravam a virada de chave. 

Com o problema que a inflação “core”, que exclui preços de energia e alimentos, mais voláteis, continua subindo. Está no recorde de 5,2%.

Na melhor vibe “pelo menos tem notícia positiva”, a novidade vai ajudando a segurar a peteca de parte do mercado europeu e dos futuros de S&P 500 e Dow Jones.

Em Wall Street, todas as atenções estão no payroll. Por lá, a inflação já cedeu a 7,1% em novembro, com expectativa de que continue baixando. A preocupação, porém, é que o mercado de trabalho segue sólido, e os salários estão sendo corrigidos (mais ou menos) pela inflação. Dados da ADP, a pesquisa que precede o payroll, mostraram reajustes de 7,3%. Essa diferença embute uma dificuldade maior de combater o aumento de preços, já que repõe a capacidade de consumo das famílias.

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A consequência é que investidores ficam mais ansiosos sobre a possibilidade de o Fed ter que subir mais os juros por lá, para causar recessão e aí sim baixar a inflação na porrada.

No Brasil, os ministros de Lula não tem hora pra “sextar”. Hoje ocorre a primeira reunião ministerial. Segundo o presidente, o encontro só tem hora para começar. Para a Faria Lima, tudo indica que será um dia mais tranquilo, sem declarações bombásticas – prontas para serem desmentidas. Com minério e petróleo em alta, um bom sinal para o Ibovespa. Bons negócios. 

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,03%

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Futuros Dow: 0,09%

Futuros Nasdaq: -0,21%

market facts

Oi, recuperação judicial pt. 2: o inimigo agora é outro 

Menos de um mês depois de finalizar o seu processo de recuperação judicial, a Oi estuda uma nova forma de renegociar sua dívida de R$ 22 bilhões sem depender da aprovação dos credores. Na prática, isso poderia significar um segundo pedido de recuperação judicial, ou uma recuperação extra-judicial. A decisão definitiva sobre os rumos da reestruturação deve ser tomada entre seis e oito semanas, segundo apurou o Valor Econômico. 

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A empresa iniciou o seu processo de recuperação – o maior da história do Brasil – em 2016, quando acumulava uma dívida de R$ 65,38 bilhões. Seis anos depois, apesar de ter encerrado o processo com a Justiça do Rio de Janeiro, a Oi continua tendo dificuldade em gerar caixa para quitar o que restou dos débitos. A expectativa era que as ações voltassem a subir quando a recuperação fosse finalizada. Mas não rolou. Ontem, as ações da OIBR3 fecharam a R$ 0,16.

Agenda

9h30 Lula faz sua primeira reunião ministerial, no Palácio do Planalto

10h Anfavea divulga produção de veículos de dezembro 

10h30 EUA publicam relatório mensal de empregos (payroll) de dezembro

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Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,63%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,30%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,01%

Bolsa de Paris (CAC): 0,23%

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*às 8h05

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,31%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,59%

Hong Kong (Hang Seng): -0,29%

Commodities

Brent*: 0,64%, a US$ 79,19

Minério de ferro:  1,85%, a US$ 124,59 por tonelada na bolsa de Dalian

*às 8h05

Vale a pena ler:

O duro processo de divórcio entre Apple e China

Em 2022, a produção de novos aparelhos da Apple foi comprometida por uma série de fatores geopolíticos e sanitários da China: protestos por direitos trabalhistas, alta nas infecções por Covid e imposição de isolamento social para combater a doença. Desde então, a empresa vem tentando se tornar menos dependente de sua matriz chinesa para a fabricação dos produtos. Para isso, ela abriu e expandiu fábricas em outros países asiáticos, como Índia e Vietnã. Mas especialistas argumentam que ela ainda está longe de se tornar independente da terra de Xi Jinping. O Wall Street Journal explica o porquê neste vídeo

O comeback do Minha Casa, Minha Vida 

Se há setores da economia apreensivos com as sinalizações do novo governo, a construção civil não é um deles. Jader Barbalho Filho, o novo ministro das Cidades, prometeu começar a trabalhar prontamente na reconstrução do Minha Casa, Minha Vida, política habitacional para a população de baixa renda, e afirmou ter R$ 10 bilhões reservados para o programa em 2023. A fala foi uma injeção de ânimo no setor, que espera começar a sentir os efeitos práticos da política a partir de 2024. A Folha conversou com representantes da construção civil para entender quais são as expectativas.  

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