IPCA de abril e reação ao balanço da Petrobras (PETR4) são destaques da sexta-feira
Inflação deve desacelerar a 0,55%, segundo projeções. Veja o que mais esperar do pregão de hoje.
Bom dia!
Logo mais, às 9h, sai o dado que fecha a semana: o IPCA de abril. A expectativa é que o medidor de inflação do IBGE desacelere para 0,55% no mês, e 4,12% no acumulado de 12 meses (em março, o índice foi 0,71% e 4,65% no acumulado).
Se confirmados – ou se vierem ainda menores do que o esperado – esses números aumentam a pressão sob o Copom (Comitê de Política Monetária) para abaixar os juros. O centro da meta de inflação do banco central é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
No começo da semana, a ministra Simone Tebet disse que esperava uma surpresa positiva com a inflação, que deveria vir menor que o esperado. Pareceu até um spoiler do anúncio oficial, a ponto que ela teve que voltar para explicar que não recebeu a informação com antecedência e que se referia às projeções.
De fato, as quedas recentes na inflação fizeram com que muita gente revisasse levemente para baixo suas projeções do IPCA. Mas praticamente todo mundo concorda que o BC não deve ceder tão cedo e só espera-se cortes na Selic a partir de agosto.
Para além da novela da inflação/juros, a Petrobras volta a dar as caras hoje às 10h30, quando realiza conferência com analistas para falar do balanço divulgado ontem. A estatal garantiu a alta no Ibovespa quando, no meio do pregão, vazou a informação de que ela distribuiria R$ 24 bilhões em dividendos. Agora, chegou a hora de digerir os resultados.
O primeiro trimestre do ano foi mais fraco para a Petro do que em 2022: o lucro líquido, por exemplo, fechou em R$ 38,1 bilhões, uma queda de 14,4% na comparação anual. Acontece que todo mundo já esperava uma piora (afinal, o preço do petróleo caiu no período), e, na verdade, os resultados vieram melhor do que os projetados por analistas.
No after hours em NY, o ADR da Petrobras fechou em alta de 0,35%, indicando um #sextou ensolarado para a estatal também aqui no Brasil. Lá fora, bolsas também amanhecem no azul (veja abaixo).
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,41%
Futuros Nasdaq: 0,22%
Futuros Dow: 0,42%
*às 8h04
O fim do caso Warren Buffett para a IRB
A IRB firmou um acordo de US$ 5 milhões com a SEC (a CVM dos EUA) para encerrar uma acusação de espalhar informações falsas aos investidores. Trata-se de quando, entre fevereiro e março de 2020, a empresa afirmou que a Berkshire Hathaway, grupo de investimentos de Warren Buffett, era acionista da IRB e havia aumentado sua participação recentemente. Foi no início da crise que derrubou as ações IRBR3 em 90%, quando analistas da gestora Squadra encontraram inconsistências graves nos balanços da resseguradora. Para tentar reconquistar a confiança dos investidores, os diretores da companhia plantaram a notícia de que a empresa tinha a benção do Oráculo de Ohama – mas isso era, também, uma mentira.
Depois de pagar a multa, a IRB não terá mais pendências com o governo americano. As ações da companhia subiram 1,86% no pregão de ontem, a R$ 36,06.
9h IBGE divulga IPCA de abril
10h30 Conferência da Petrobras com analistas
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,52%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,36%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,55%
Bolsa de Paris (CAC): 0,83%
*às 8h07
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,33%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,90%
Hong Kong (Hang Seng): -0,59%
Brent: 0,25%, a US$ 75,17 o barril
Minério de ferro: -1,97%, a US$ 100,26 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h09
Agenda ESG em xeque
Uma pesquisa da empresa de dados Morningstar mostrou que o primeiro semestre de 2023 teve o menor número de lançamentos de fundos ESG em três anos. A desaceleração acompanha uma pressão crescente para que as instituições financeiras parem de considerar questões climáticas e sociais na hora de investir – e foquem apenas em fazer mais dinheiro para seus acionistas. Nos EUA, o movimento ficou conhecido como “anti-woke agenda”, e é encabeçado pelo Partido Republicano. Esta reportagem do NYT explica que o debate sobre a função principal de uma empresa (fazer dinheiro ou servir à sociedade) não é novo, e costuma esquentar em momentos de crise ou instabilidade econômica.
Diferença salarial em Wall Street
O banco Goldman Sachs vai pagar US$ 215 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em uma ação coletiva de ex-funcionárias que acusam a instituição de preconceito de gênero. O processo, que teve início em 2010 e engloba 2.800 mulheres, alega que o banco pagava menos e promovia com menos frequência as funcionárias do sexo feminino. O caso é, até hoje, considerado um dos mais emblemáticos sobre o preconceito de gênero em Wall Street. A Folha conta essa história aqui.
Depois do fechamento: Raízen, Vibra e Bradespar