Continua após publicidade

IPCA sobe 0,67% em junho. Mercado gosta, e a bolsa sobe

Aceleração veio, mas um pouco abaixo da expectativa. Nos EUA, Payoll mostra uma economia forte - mas isso é um problema. Entenda o paradoxo.

Por Alexandre Versignassi, Camila Barros
Atualizado em 8 jul 2022, 10h30 - Publicado em 8 jul 2022, 08h13
-
 (Rmcarvalho/Getty Images)
Continua após publicidade

O pico foi em março, com a inflação do mês em 1,62%. Depois, o IPCA desacelerou, cravando 1,06% em abril e 0,47% em maio. E agora ele volta a tomar um fôlego, ainda que de leve: alta de 0,67% em junho.

O número veio em linha com o esperado. Ligeiramente abaixo, na verdade. O consenso entre economistas e agentes do mercado, apurado pela agência americana Refinitiv, apontava para alta de 0,7%.

Com isso, a bolsa em alta.

Em 12 meses (o dado que mais importa) a inflação foi a 11,89%, um pouco acima do índice de maio (11,73%). O pico nesse quesito veio em abril: 12,13%.

Paradoxo gringo

Nos EUA, saiu o Payroll, o relatório de criação de vagas. E ele veio incrível: nasceram 372 mill empregos em junho. A previsão era de 250 mil.

Continua após a publicidade

Só que aí a leitura é de cabeça para baixo: se o Payroll vem bom, é ruim; e vice-versa. Por causa do seguinte: alta geração de emprego significa que o Fed estará livre para subir os juros com força, posto que há uma inflação recorde a ser domada.

Se os números tivessem vindo capengas, serviriam de indício que a economia está criando anticorpos contra a inflação por conta própria. Com menos emprego, os preços baixam sozinhos, sem que o Fed tenha de pesar a mão – e se o Fed pega leve o mercado fica feliz. Mas não foi o que aconteceu.

E as bolsas americanas viraram para o vermelho.

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

*este conteúdo é uma atualização da Newsletter Abertura de Marcado.

 

market facts

Endividadas

As empresas brasileiras estão começando a se endividar mais. Com o mercado de renda fixa aquecido, as companhias passaram a emitir mais títulos de dívida (debêntures, LCIs, LCAs – depende do tipo de empresa) para captar recursos. Mas tem um problema: elas precisarão devolver o dinheiro emprestado com juros altos, agora que a Selic tem 2 dígitos. O mercado começou a temer que algumas delas não consigam arcar com as dívidas lá na frente. Gestores de renda fixa disseram ao Estadão que as instituições têm recusado emitir dívidas de companhias que consideram arriscadas. 

Continua após a publicidade

Poupança enfraquecida

A poupança teve R$ 50,5 bilhões a mais em saques que em depósitos durante o primeiro semestre do ano. Os saques foram de R$ 1,808 trilhão, enquanto os depósitos somaram R$ 1,758 trilhão. É a maior retirada registrada para o período desde 1995, quando começou a série histórica. Natural: com a Selic na alturas, os fundos de renda fixa estão pagando o dobro da poupança. As informações de abril, maio e junho foram divulgadas ontem pelo BC, agora que a instituição retomou a divulgação de dados após a greve dos servidores. 

Vale a pena ler:

Quem ganhou com o colapso cripto

O BNP Paribas, um banco francês que atua em Wall Street, tinha compilado 50 ações (boa parte delas relacionadas a cripto) que considerava superfaturadas e aconselhou seus maiores clientes a apostarem na queda desses ativos. Os clientes eram fundos de pensão, fundos de hedge, gestores de grandes fortunas – só grandões de Wall Street. Com o cripto crash de 2022, eles ganharam (muito) dinheiro. Esta reportagem do New York Times conta como instituições do sistema financeiro tradicional se deram bem com o colapso das criptomoedas. E como investidores menos experientes, em contrapartida, se deixaram enganar pela euforia desse mercado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.