JP Morgan não tem medo do Fed e prevê alta das bolsas americanas
Banco americano lista condições para a continuidade da valorização. Entenda.
Bom dia!
É possível que as bolsas americanas continuem em alta enquanto os juros americanos sobem?
O JP Morgan acredita que sim. Em um relatório publicado pela Bloomberg, analistas do banco disseram que existem algumas condições para isso.
- Os juros precisam subir pelos motivos certos: crescimento melhor.
- Enquanto os juros reais ficarem negativos.
Os juros americanos estão entre zero e 0,25% desde março de 2020. Isso enquanto a inflação dos EUA alcança os 6,8%, a maior em quatro décadas. Com a alta de juros e outras medidas estudadas pelo Fed (o BC americano) para drenar dinheiro da economia, a ideia é baixar o nível de preços – antes da pandemia, ela custava a subir acima dos 2%.
As indicações do Fed é que os juros subirão três vezes neste ano. Inicialmente o Fed indicou altas de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic deles para perto de 1%. Para 2022, as estimativas indicam que os preços vão avançar 3,3%. Neste cenário, portanto, os juros americanos continuariam negativos, e as bolsas ficariam bem.
Nesta segunda, os futuros das bolsas americanas bambeiam, com o S&P 500 apontando para uma alta moderada, enquanto o Nasdaq – mais vulnerável à alta de juros – indica queda. As bolsas americanas tiveram o pior desempenho em uma primeira semana do ano desde 2016.
Enquanto isso, a Ômicron continua a perturbar investidores. Ainda que não seja tão letal quanto as variantes anteriores do coronavírus, ela infecta muita gente. Empresas estão sem funcionários disponíveis, o que tem interrompido serviços no mundo todo – no final de semana, por sinal, a China confirmou a chegada da Ômicron por lá.
Isso quer dizer que a economia americana ainda pode desacelerar e afetar a alta das ações.
No Brasil não é diferente. Aqui companhias aéreas começaram a cancelar voos e os shoppings pedem redução do horário de funcionamento porque as lojas estão sem vendedores. A ver como o Ibovespa reagirá a mais esse baque. Boa semana.
Futuros S&P 500: 0,05%
Futuros Nasdaq: -0,04%
Futuros Dow: 0,08%
*às 7h50
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,10%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,03%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,12%
Bolsa de Paris (CAC): -0,09%
*às 7h49
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,45%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,03%
Hong Kong (Hang Seng): 1,08%
Brent: -0,12%, a US$ 81,65*
*às 7h48
Dia de agenda esvaziada.
Onda de cancelamentos aterrissa no Brasil
Depois de provocar um caos nos aeroportos americanos nas festas de final de ano, a onda de cancelamento de voos chegou ao Brasil. A primeira a anunciar foi a Azul, na semana passada: 10% das suas viagens estavam sendo afetadas pelo aumento de casos de Covid-19 entre funcionários. Isso significa 9 voos cancelados dos 90 realizados diariamente. Ontem, foi a vez da Latam. A companhia informou o cancelamento de 49 voos nacionais e internacionais previstos para janeiro – trata-se de 1% do total do período.
Das três maiores operadoras, apenas a Gol diz não ter sido necessário suspender viagens até o momento. A empresa reconheceu o aumento de infecções por coronavírus e gripe e chegou a emitir um alerta aos funcionários na última semana. Nele, questiona se os colaboradores com mais folgas que o mínimo obrigatório por lei desejam alterar sua escala de trabalho para atender a demanda de janeiro.
Não vacinados na berlinda
Nos Estados Unidos, o Citi vai demitir os funcionários que não se vacinarem contra a Covid-19 até o dia 14 de janeiro. O banco já havia anunciado essa intenção em outubro de 2021 e será a primeira grande empresa de Wall Street a apertar o cerco sobre quem recusa a imunização. Nos EUA (assim como no Brasil, diga-se), as discussões a respeito de punições para trabalhadores não vacinados são acaloradas – e não apontam para um consenso no universo jurídico. Leia a reportagem da CNN (em inglês).
O papel da Petrobras
Ao Estadão, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, negou que a estatal forneça informações privilegiadas ao governo quanto às mudanças nos preços dos combustíveis. Segundo ele, é possível prever aumentos e reduções através de outros instrumentos. Sobre este tema, Luna disse ainda que há muito desconhecimento entre os cidadãos em relação ao papel da companhia. “A Petrobras tem responsabilidade social e procura cumpri-la. Mas ela não pode fazer política pública. Ela coloca recursos nas mãos de quem pode fazer”. Leia a entrevista aqui.