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MGLU3 e COGN3: mercado digere balanços azedos

Magalu e Cogna registram prejuízo no segundo trimestre. B3 e JBS veem o lucro cair. Mas o cenário geral é positivo: Ibovespa engata para uma quarta semana de alta.

Por Júlia Moura, Alexandre Versignassi, Camila Barros
Atualizado em 12 ago 2022, 09h48 - Publicado em 12 ago 2022, 08h41
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Alguns balanços do segundo trimestre mostram os efeitos de preços mais altos em meio a altas nos juros e uma atividade econômica um tanto quanto capenga.

A Magazine Luiza confirmou que essa, realmente, não é a sua melhor temporada. A varejista, que se desvaloriza 85,5% na bolsa nos últimos 12 meses, registrou um prejuízo de R$ 135 milhões de abril a junho deste ano. No mesmo período do ano passado, tinha lucrado R$ 89,1 milhões.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado pelo aumento das despesas financeiras, que mais que dobraram, para R$ 493,8 milhões, com juros mais altos. Além disso, a venda de bens duráveis —TV, geladeira, fogão— caiu e levaram a receita da empresa a uma queda de 5% na comparação anual.

E o que é ruim fica pior: pelo levantamento da Refinitiv, o mercado esperava um lucro líquido de R$ 161,7 milhões.

A Cogna foi outra empresa popular entre os pequenos investidores que teve prejuízo: R$ 101 milhões, uma perda 149% maior que a do mesmo período do ano passado, R$ 40,6 milhões.

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Boi gordo

A JBS sofreu com a queda na margem de lucro das vendas de carne vermelha nos EUA, o que sufocou um salto na receita do mesmo produto por aqui. Resultado: lucro de R$ 3,9 bilhões, 9,8% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2021.

Por ter um peso menor dos EUA, a Marfrig conseguiu aproveitar as vendas melhores no Brasil. O lucro de R$ 4,2 bilhões. Mas não se trata de um resultado recorrente: ele porém, mais reflete a incorporação da fatia de 33% que a empresa tem na BRF que qualquer outra coisa. 

Segundo a Marfrig, R$ 3,8 bilhões desse montante são do “laudo de avaliação a valor justo no investimento da BRF”. Fazendo as contas, o lucro líquido de verdade ficou abaixo do R$ 1,73 bilhão do segundo trimestre de 2021. 

Ainda assim, a companhia irá distribuir meio bilhão em dividendos. Dá R$ 0,76 por ação – rendimento de uns 6% sobre o preço de ontem. Sorte dos acionistas.

Juro no alto, B3 em baixo

Uma Selic de dois dígitos deixa a renda fixa bem atrativa e leva o investidor a tirar dinheiro de aplicações arriscadas, como ações, para os tradicionais CDBs.

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O movimento está ilustrado no balanço da B3. Com um volume de negociação 13% menor, o lucro líquido da operadora da bolsa caiu 8,5% no segundo trimestre, para R$ 1,09 bilhão. 

Contração no PIB do Reino Unido

O PIB britânico ficou em -0,1% no segundo trimestre deste ano, após subir 0,8% no primeiro. A desaceleração foi até menor que o esperado. Segundo a Refinitiv, analistas projetavam uma queda de 0,2% na comparação trimestral. Considerando os números de 2021, a economia expandiu 2,9%, um pouquinho melhor que os 2,8% previstos.

Mais um para o clube do PIB em contração – o dos EUA caiu 0,9% no 2T22.

Um mês inteiro de alta

Para encerrar com uma notícia positiva: não rolando um apocalipse zumbi nesta sexta, o Ibovespa deve fechar sua quarta semana seguida de alta. De lá para cá, a alta está em 14%.

Boa sexta!

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,40%

Futuros Nasdaq: 0,46%

Futuros Dow: 0,35%

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*às 8h05

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,21%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,12%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,43%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,18%

*às 08h02

Fechamento na Ásia
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,05%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,62%

Hong Kong (Hang Seng): 0,46%

Commodities
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Brent: 0,61%, a US$ 100,21

Minério de ferro: -0,81%, cotado a US$ 109,80 por tonelada em Cingapura

às 7h04

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Reduflação + inflação: itens menores e mais caros

Sabe quando, sem aviso prévio, a barra de chocolate no mercado passa a ter uma fileira a menos? Na economia, este fenômeno tem um nome: inflação do encolhimento (ou reduflação). É quando, num cenário de inflação, as empresas escolhem reduzir o tamanho (ou a qualidade) de seus produtos ao invés de elevar o valor. 

Mas, de acordo com uma pesquisa da Horus em parceria com o Globo, alguns produtos estão ficando mais caros mesmo com o tamanho menor. Eles analisaram 51 itens da cesta básica, e descobriram que pelo menos sete tiveram volume reduzido seguido de aumento no preço: sabão em pó, barra de chocolate, biscoito wafer, achocolatado em pó, leite em pó, coxa e sobrecoxa de frango e filezinho de peito de frango tipo sassami. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuro do varejo, segundo as big techs

Na China, o modelo de e-commerce via lives em redes sociais é um sucesso – uma pesquisa da consultoria McKinsey estima que este mercado movimentará US$ 423 bilhões por lá em 2022. TikTok, Youtube e Amazon querem transportar o modelo de sucesso para o ocidente. Para elas, este é o futuro do varejo. Mas, até agora, as evidências mostram o contrário. O Financial Times explica a nova aposta das big techs e mostra resultados de experimentos realizados nos EUA e no Reino Unido. 

Indústria do consumo

Ao redor do mundo, a indústria de consumo foi uma das grandes afetadas pelo cenário de inflação e desaceleração econômica. Companhias do setor (Unilever, P&G, Kimberly-Clark, Nestlé, Danone, Coca-Cola, Whirlpool e Electrolux) subiram preços e venderam quantidades menores no semestre. Entre elas, quatro citaram a inflação brasileira como um dos obstáculos do período. Esta reportagem do Valor analisa o desempenho do setor nos balanços. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

11h – leitura preliminar do sentimento do consumidor americano em agosto, pela Universidade de Michigan.

Temporada de balanços
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Após o fechamento: Eletrobras, Cemig, Cosan e M.Dias Branco.

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