Minério amanhece em alta. Haddad propõe mais tributos para o topo da pirâmide
Fazenda apresenta às 10h30 a Agenda de Reformas financeiras. Lá fora, minério sobe 1,74%. NY acorda cabisbaixa após balanços bipolares da Tesla e Netflix.
Bom dia!
O BC Chinês não baixou seus juros na noite de ontem, ao contrário do que esperavam os mais otimistas. A taxa para empréstimos de 5 anos ao setor não-financeiro, que serve de referência para o mercado imobiliário por lá, manteve-se em 4,20% a.a.
As bolsas chinesas fizeram cara feia, e o índice CSI 300 fechou no vermelho, em -0,71%.
A decisão, porém, não afetou a cotação que mais importa por aqui, a do minério de ferro. A commodity amanheceu em alta de 1,71% na bolsa de Dalian. Bom para Vale e cia.
Tesla e Netflix
Lá fora, Tesla e Netflix estendem suas perdas no pré-market.
A Tesla apresentou uma receita acima do esperado ontem, após o fechamento de mercado: US$ 24,9 bilhões, versus US$ 24,5 bilhões. Mas desapontou no quesito margem de lucro, que sempre foi visto como sua grande vantagem competitiva.
Ela caiu para 18,2%, versus 24% no último trimestre (e 18,8% das previsões). Motivo: a Tesla está fazendo mais dinheiro vendendo mais carros, e lucrando menos sobre cada um deles.
É possível ver esse dado com bons ou com maus olhos. Está vencendo o lado pessimista. A ação cai 3,4% nesta manhã no pre-market.
A da Netflix vai ainda pior: -6,2%. A companhia apresentou um lucro de US$ 1,49 bilhão. Dá US$ 3,29 dólares por ação, bem acima da expectativa do mercado, que apontava para US$ 2,85. O problema foi a receita.
Ela cresceu 2,7%, para US$ 8,2 bilhões, um pouco abaixo da expectativa, de US$ 8,3 bi. Além disso, a companhia previu US$ 8,5 bi em receita para o próximo trimestre, versus US$ 8,7 bi do que o mercado esperava.
Traduzindo: teme-se que a Netflix já não tenha mais tanto para onde crescer. E a concorrência com outros players – alguns com caixa infinito, como Amazon e Apple – dá a entender que não será simples espremer (ainda) mais dinheiro da base de assinantes.
All in all, o mau humor do mercado com Tesla e Netflix contamina todo o setor de tecnologia nesta manhã, derrubando os futuros da Nasdaq (-0,71%).
Reforma tributária
A reforma tributária perderá o sentido se vier coalhada de tarifas mais baixas para diversos setores, como se desenha. Pois caberá aos demais pagar a conta. Teme-se que o IVA geral chegue a 28%, contra os 25% que a fazenda previa.
A saída, ao que tudo indica, será uma taxação mais pesada para o topo da pirâmide. Haddad afirmou ontem que pretende começar isso com um projeto de lei para aumentar a tributação dos “fundos exclusivos”, nos quais poucos investidores de alto calibre detêm as cotas.
Esses fundos só pagam IR no resgate. A ideia, provavelmente, é instituir um “come-cotas” ali, igual ao dos fundos terráqueos. Ou seja: recolher 15% sobre o rendimento a cada seis meses para os cofres do governo, o que traz o efeito colateral de pulverizar os juros compostos.
Essa proposta é parte da Agenda de Reformas Financeiras, que será apresentada hoje às 10h30. A ideia é promover uma série de reuniões para discutir novas regras para o mercado financeiro. Na pauta, temas como a taxação de dividendos.
Não existe reforma tributária grátis, afinal.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: -0,15%
Futuros Nasdaq: 0,71%
Futuros Dow Jones: 0,11%
*às 8h18
Lista de interessados na Braskem pode aumentar
Mais uma empresa pode entrar na briga pela Braskem, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (19) pelo O Globo. A Ineos, gigante da área química, sondou um escritório de advocacia brasileiro esta semana, procurando informações sobre o processo de venda da fatia da Novonor, antiga Odebrecht.
Até então, a J&F, a Unipar, e um consórcio formado pelo grupo árabe Adnoc mais a gestora Apollo já fizeram propostas para adquirir a parcela da empresa na Braskem.
Segundo o jornal, com a venda ainda em aberto, o consenso entre os ofertantes e a Petrobras — sócia da Novonor no negócio — é de que o futuro da companhia será decidido por Lula.
As ações da Braskem fecharam o dia com queda de 2,97%, a R$ 24,83.
EUA, 9h30: Número de pedidos de entrada no seguro-desemprego na semana passada.
10h30: Haddad lança a Agenda de Reformas Econômicas, apresentando propostas de novas regulamentações para o mercado financeiro.
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,04%
- Londres (FTSE 100): 0,71%
- Frankfurt (Dax): 0,24%
- Paris (CAC): 0,35%
*às 8h23
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,71%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,13%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,23%
- Brent: 0,29%, a US$ 79,69
- Minério de ferro: 1,74%, a US$ 118,23 por tonelada na Bolsa de Dalian (China).
*às 7h57
Tempestade de dívidas no horizonte
À medida que a era do financiamento barato chega ao fim, o aumento de calotes e dívidas bancárias faz com que boa parte das empresas (até as mais saudáveis) tenham mais dificuldade em obter crédito. Isso somado à consequente desaceleração econômica dos juros altos mundo afora, cria um efeito bola de neve que pode ser devastador.
É o que mostra esta reportagem da Bloomberg. Dados da agência de notícias apontam para uma onda de falências ao redor do planeta, com dívidas corporativas que somam mais de US$ 500 bilhões — e contando.
Antes da abertura de mercado (EUA): American Airlines