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O auxílio emergencial vem aí e a Faria Lima comemora

A festa só não foi maior porque lá em Nova York a preocupação com a inflação só aumenta, e isso assusta os investidores por aqui também.

Por Monique Lima, Tássia Kastner
Atualizado em 4 mar 2021, 19h58 - Publicado em 4 mar 2021, 19h57
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 (Laís Zanocco/VOCÊ S/A)
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Você pode achar que foi mais um passo pela aprovação da nova rodada de auxílio emergencial que fez a bolsa brasileira subir nesta quinta. Até ajudou, mas o mercado financeiro viu outra coisa: uma reforma aprovada (mesmo que desidratada) e uma aceno de leve ao compromisso com o equilíbrio das contas públicas. 

Na manhã desta quinta-feira (4), o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. A PEC cria gatilhos de cortes de despesas quando o governo estoura o teto de gastos, uma proposta da equipe econômica que morava há mais de ano nos escaninhos do Congresso. Agora, foi tirado do arquivo e usado para arrumar o dinheiro do socorro às famílias sem renda por causa da pandemia.

Mas não é que o governo cortará gastos para fazer a nova rodada do auxílio, nada disso. O pagamento vai ocorrer com dinheiro novo, de dívidas fresquinhas que o governo vai emitir — e ficará de fora do teto de gastos. Tinha tudo para desanimar investidores. 

O que fez a alegria da Faria Lima foi um detalhe: há um limite para essa nova dívida, R$ 44 bilhões. Isso é bem abaixo dos R$ 300 bilhões gastos com o benefício no ano passado. Portanto, o governo conseguiu desengavetar uma reforma e de quebra limitar um gasto que era dado como certo desde janeiro. No melhor momento do dia, a bolsa chegou a subir mais de 2% e alcançou os 114 mil pontos. Nisso, o dólar também caiu. Chegou na mínima de R$ 5,54 — ontem bateu R$ 5,77. Haja volatilidade. 

Não é só a questão fiscal, claro. O benefício ajuda a manter a economia girando conforme mais estados e municípios restringem a circulação de pessoas para tentar conter a doença em seu período mais agudo. Indiretamente, isso bate na bolsa na forma de consumo dos serviços das empresas de capital aberto.

Por enquanto, só existe uma pré-aprovação do dinheiro. Para sair, a PEC precisa ser aprovada na Câmara dos Deputados em dois turnos. A primeira votação deve ocorrer na próxima quarta-feira (10). 

O plano é liberar o primeiro depósito ainda neste mês. Para quem? Ainda não se sabe. Questões como os valores das parcelas, quem terá direito ou ainda quais as formas de pagamento não estão na PEC — a definição de tudo isso será por meio de um novo projeto de lei ou de uma medida provisória que será entregue ao Congresso. Mas algumas estimativas já rolam por aí. O benefício deve ser pago em 4 parcelas entre R$ 150 e R$ 375. 

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Só mais um sintoma de que a alta do Ibovespa pode entrar na categoria “otimismo moderado”. Afinal, 114 mil pontos é ótimo para quem chegou a cair a 107 mil na véspera. Mas ainda resta um longo caminho para a máxima do ano, de 125.076 pontos.

E no que depender dos Estados Unidos, vai ser difícil. Em Nova York, continua o medo do aumento da inflação e o desequilíbrio dos mercados com a alta nas taxas de juros dos títulos de dívida de 10 anos no governo americano. 

De nada adiantou o presidente do Federal Reserve (banco central de lá), Jerome Powell dizer que a economia americana ainda tem um longo caminho a percorrer para a recuperação e que a política monetária atual (de juros zerados) continuará. Ele ainda repetiu que a inflação não deve sair da meta, mas os investidores não têm comprado essa afirmação. 

Esse “vai ou não vai ter inflação” somado à alta dos juros é suficiente para diminuir o apetite de risco dos investidores, que saem da bolsa e vão para outro tipo de investimento, no caso, os títulos de juros de longo prazo (Treasuries). Com isso, S&P 500 e Nasdaq amargam. As quedas hoje foram de -1,34% e -2,11%, respectivamente.  

E levam o Ibov junto. O que era para ser uma comemoração na casa dos 2% hoje, caiu para 1,35% no fechamento, aos 112.690 pontos. 

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MAIORES ALTAS 

Cosan: 8,68%

Hering: 8,62%

Rumo: 7,36%

BR Distribuidora: 6,79%

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Ultrapar: 6,20%

 

MAIORES BAIXAS 

GOL: -5,02%

WEG: -4,90%

Hapvida: -3,72%

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BTG: -3,41%

Bradespar: -3,10%

 

Dólar: -0,11%, cotado a R$ 5,65

Petróleo 

Brent: 4,16%, cotado a US$ 66,74 o barril 

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WTI: 4,16%, cotado a US$ 63,83 o barril

Minério de ferro: 0,90%, cotado a US$ 177,98, em Qingdao 

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