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Oi sobe 7,37%, mas segue suspense com a venda da operação de telefonia móvel

Cade deve decidir nesta quarta se aprova ou não venda da Oi móvel para Vivo, Claro e TIM. Pressão contra o negócio cresceu; entenda.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 8 fev 2022, 19h19 - Publicado em 8 fev 2022, 19h02
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 (Caroline Aranha/Foto: Reprodução/VOCÊ S/A)
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O fim da novela foi programado para esta quarta-feira. O Cade (órgão que regula a concorrência no Brasil) deve decidir se aprova ou não a venda da operação de telefonia móvel da Oi para as concorrentes Vivo, Claro e TIM. Hoje, véspera da decisão, as ações da Oi subiram 7,37%, o que não é uma variação tão expressiva para uma ação negociada a R$ 1 – chamada de penny stock.

A Oi é a segunda empresa da bolsa com mais acionistas, atrás apenas da Vivo. São 1,3 milhão de interessados no assunto. E bota interesse nisso. O acordo de venda da operação móvel faz parte do processo de recuperação judicial da companhia, que corre desde 2016. A operadora fechou a venda às concorrentes por R$ 16,5 bilhões, e depois de colocar esse dinheiro em caixa estaria pronta para concluir a sua reestruturação e voltaria a andar sem o escudo da proteção judicial. O prazo para terminar o processo se encerra no fim de março.

Conforme a janela vai se fechando, crescem os obstáculos. Algar, Copel e Sercomtel, operadoras regionais de telefonia, passaram a criticar a eventual aprovação do acordo sob pena de impacto na concorrência. A Copel questionou a reunião da Anatel que deu aval à venda enquanto a Sercomtel teria pedido a adoção de remédios, jargão do setor para medidas restritivas às empresas quando o Cade enxerga o risco de redução da concorrência. Disse, inclusive, que teria interesse nos ativos da Oi, se tivesse sido chamada a participar do acordo.

Quando a Oi negociou com as três maiores operadoras do mercado a sua venda, a ideia foi fatiar a operação de modo que todas as companhias crescessem de maneira proporcional. A Oi tem cerca de 40 milhões de clientes com planos de celular, segundo site especializado Teleco. A Vivo tem 82 milhões de linhas, seguida pela Claro, com 69 milhões, e pela TIM e seus 52 milhões de clientes. As operadoras regionais, porém, ficaram de fora do acordo.

Só que a chave da disputa não está exatamente no número de clientes. Se a operação for aprovada, Vivo, Claro e TIM terão 98% do “espaço” para a transmissão de sinal de celular, deixando pouco espaço para a concorrência. Esse foi o motivo que levou o Ministério Público Federal a recomendar que a venda não fosse aprovada, enquanto o Cade já tenta criar regras para garantir a participação de novos players no jogo.

A pressão escalou de tal maneira que o Cade e a Anatel (o órgão regulador do setor de telefonia) teriam feito uma reunião de emergência para discutir o tema nesta terça. Segundo o Broadcast, há maioria para aprovação da venda. 

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A Oi quer se concentrar na oferta de banda larga por fibra ótica, crucial para a construção de uma infraestrutura de internet rápida no país. E é onde residem as esperanças dos investidores da companhia. Só neste ano, a ação subiu 37%. Resta saber se o Cade vai contratar capítulos extras para a novela da Oi.

Essa emoção toda da Oi fica de fora do Ibovespa. É que o principal índice da bolsa brasileira exclui empresas em recuperação judicial e também penny stocks. A Oi antevê um cenário que o fim da reestruturação levaria naturalmente à valorização do papel. E se isso não ocorrer, o plano é fazer um grupamento de ações – uma operação que reduz as ações em circulação “colando” umas nas outras. 

A bolsa brasileira teve, na média, um dia morno. O Ibovespa conseguiu fechar o dia em alta de 0,21%, a 112.234 pontos. E o volume de negócios foi de R$ 28,3 bilhões, abaixo da média diária.

O índice andou com o freio de mão puxado, uma cortesia da queda dos preços do petróleo. A commodity caiu para a faixa dos US$ 90 nesta terça-feira, depois da retomada das negociações de um acordo nuclear entre Estados Unidos e Irã. Enquanto os EUA dizem que a conversa avança bem, o Irã alfineta o país.

O que importa é que o mercado vê a possibilidade do fim do embargo às compras da produção iraniana, o que teria potencial de despejar 1 milhão de barris de petróleo por dia nos oleodutos do mundo. A oferta global subiria 1%.

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Com a queda dos preços do petróleo, a Petrobras cedeu 1%. Acabou compensada pelo avanço de 1,50% da Vale, beneficiada pela retomada dos preços do minério de ferro na China.

Nos EUA, o mundo foi em toada parecida. As bolsas americanas fecharam em alta, mas freadas pela queda do setor de energia. 

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MAIORES ALTAS

Banco Inter (BIDI11): 8,13%

Banco Pan (BPAN4): 7,87%

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Natura (NTCO3): 5,35%

Marfrig (MRFG3): 4,98%

Rumo (RAIL3): 4,71%

MAIORES BAIXAS

Hapvida (HAPV3): -3,97%

Br Malls (BRML3): -3,64%

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Petz (PETZ3): -3,37%

Notre Dame Intermedica (GNDI3): -3,15%

YDUQS (YDUQ3): -2,88%

Ibovespa: 0,21%, aos 112.234 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,84%, aos 4.521 pontos

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Nasdaq: 1,28%, aos 14.194 pontos

Dow Jones: 1,06%, aos 35.463 pontos

Dólar: 0,11%, a R$ 5,2606

Petróleo

Brent: -2,06%, a US$ 90,78

WTI: -2,15%, a US$ 89,36

Minério de ferro: 0,90%, negociado a US$ 149,64 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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