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Ozempic faz a ação da Novo Nordisk (N1VO34) viralizar

Com o fenômeno das vendas do remédio, a farmacêutica se tornou a 2ª empresa mais valiosa da Europa. Disparada lembra Pfizer e Biontech na pandemia.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 8 jun 2023, 19h58 - Publicado em 7 jun 2023, 05h00
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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A Novo Nordisk (N1VO34), da Dinamarca, conseguiu um feito impressionante: desbancou a suíça Nestlé e se tornou a segunda maior empresa europeia, atrás apenas da LVMH, dona da Louis Vuitton. No fim de maio, a companhia era avaliada em 2,55 trilhões de coroas dinamarquesas (ou US$ 375 bilhões), versus US$ 330 bi da Nestlé. A LVMH alcança US$ 420 bi.

O fenômeno é uma cortesia da molécula semaglutida, convertida em viral de redes sociais. A droga injetável, cujo nome comercial é Ozempic, foi desenvolvida para o tratamento da diabetes tipo 2. Em tempos de TikTok, logo as pessoas entenderam que ela funcionava como um emagrecedor potente. E com o problema de que esse é um uso off-label, fora da recomendação da bula.

Então, a Novo Nordisk correu e elaborou o Wegovy, destinado ao tratamento de obesidade e sobrepeso (e ainda mais potente).

No campo da saúde, o debate é extenso. Primeiro, porque a droga tem efeitos colaterais pesados, como diarreia, vômito, enjoo. Segundo, que ele é de uso contínuo. Quem para de tomar o medicamento volta a engordar. Há ainda os riscos ainda não bem compreendidos de desenvolvimento de pancreatite e tumor na tireoide. E, por fim, o fato de que manter o tratamento custa coisa de R$ 1.000 por mês no Brasil.

Nada disso impediu uma corrida global às farmácias. Só no 1ºtri, as vendas de remédios da dinamarquesa para diabetes cresceram 33%, enquanto a turma do Wegovy disparou 134%. Criou-se escassez, acelerando a produção – e as expectativas por mais faturamento.

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As ações da empresa voaram. Do vale mais recente, em outubro de 2022, a subida é de 70%. Desde que a molécula viral recebeu o primeiro aval do FDA (a Anvisa dos EUA), em 2017, são 365% de valorização. Hoje o papel está relativamente caro. É negociado a um P/L de 41, lembrando que esse índice mede quantos anos o investidor levaria para recuperar o valor aplicado caso ela distribuísse 100% dos lucros na forma de dividendos. Trata-se do dobro do índice do S&P 500. Ainda assim, não chega perto de outro fenômeno recente – o da Nvidia, cujo P/L passou dos 200.

De qualquer maneira, a disparada da Novo Nordisk lembra outro movimento. Lá em 2020 e 2021, farmacêuticas como Pfizer e Biontech viraram sensação na bolsa à medida que desenvolviam as vacinas que nos tiraram da crise do coronavírus. A Pfizer chegou a subir 116%, atingiu o pico de US$ 59,48 por ação, em dezembro de 2021, e desde então cai 37%. A Biontech subiu 1.200% – e caiu mais de 70% desde o pico.

Controlada a pandemia, as vendas de vacinas encolheram. E mais fabricantes foram entrando no esquema, estabilizando os preços. O mesmo tende a acontecer com a Novo Nordisk, com outras farmacêuticas desenvolvendo tratamentos similares.

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