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Payroll derruba bolsas, mas dia ruim fecha semana boa: Ibovespa sobe 5,76%

Bolsonaro aumenta a gastança eleitoral – e leva puxão de orelha de Meirelles – enquanto Lula descarta anunciar equipe econômica antes da eleição e deixa o mercado apreensivo.

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 7 out 2022, 18h06 - Publicado em 7 out 2022, 18h00
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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O Payroll – o magnânimo e tão aguardado relatório mensal do governo americano sobre o mercado de trabalho, divulgado nesta manhã – veio dentro das expectativas. O Tio Sam abriu 263 mil vagas em setembro, quase em linha com a previsão consensual de 270 mil. A taxa de desemprego caiu de 3,7% para 3,5%, indicando um sólido estado de pleno emprego: trata-se do número mais baixo em 50 anos. 

O Fed prefere assim. Sinal de que a economia do Tio Sam está resiliente – e não vai entrar em recessão tão fácil após a próxima alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros – número que é uma previsão quase unânime: de acordo com levantamento do CME Group, 82,3% dos analistas concordam que esse será o aumento anunciado após a próxima reunião do Fomc, marcada para os dois primeiros dias de novembro. 

Wall Street, claro, não tem motivo para se alegrar: com a inflação ainda fora de controle e juros em alta até onde o olhar alcança, os investidores continuam tirando grana de ações e outras apostas arriscadas e fazendo poupança com ativos caretas, principalmente títulos públicos em dólar. Os três índices de Nova York fecharam o dia em quedas acentuadas: 2,10%, 2,80% e 3,80% para Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq. 

O resultado da semana é um pouco menos desanimador: Dow Jones e S&P 500 conseguiram preservar um pouquinho dos ganhos de segunda e terça, que foram dias de bonança. Altas de 1,53% e 0,83% no cômputo dos últimos cinco dias. A Nasdaq, por outro lado, perdeu todos os ganhos e uns trocadinhos: – 0,04%

Aqui, o Ibovespa passou o dia com transtorno bipolar, flutuando “entre perdas e ganhos”, como o noticiário diz no piloto automático. No final do pregão, seguiu Nova York e mergulhou de vez: fechamento em queda de 1,01%. Esse desânimo não fez nem cócegas, porém, na alta homérica propiciada pelos resultados do primeiro turno: o índice da B3 ainda fechou a semana 5,76% no verde. 

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Por aqui, o mercado financeiro não vai conhecer a equipe econômica de Lula – e deve demorar uns dias para descobrir os planos exatos do PT para flexibilizar o já esburacado teto de gastos –, mas já não tem mais dúvidas em relação à irresponsabilidade fiscal de Bolsonaro. O presidente anunciou ontem sua terceira bondade pós-primeiro turno: perdoar 4 milhões de endividados na Caixa Econômica. Antes, ele havia prometido 13º às mulheres beneficiárias do Auxílio Brasil e expandido o programa a mais 500 mil pessoas (para não falar em uma nova parcela do auxílio-taxista, parte da PEC Kamikaze). 

No Twitter, Meirelles – acompanhado de perto pela Faria Lima desde que anunciou seu apoio a Lula e entrou no radar de prováveis ministros da Fazenda – deu um cutucão: “O dinheiro que agrada o eleitor e o político agora provoca a crise no futuro. Este gasto excessivo vai provocar mais inflação, maior dívida, juros maiores e, no final, crescimento menor no futuro próximo.” 

No placar das ações, alguns destaques: a Americanas (AMER3) conseguiu um lugar suado nas altas de um dia fraco (1,34%) depois que seu aplicativo Ame – o serviço de carteira digital e cashback da varejista – ganhou autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamentos. A Cielo (CIEL3) também subiu 2,57%, apoiada na expectativa de bons resultados em seu balanço do terceiro trimestre e na alta de 100% acumulada do começo do ano até agora. 

Na ponta vermelha dos destaques, o conglomerado Cosan (CSAN4) desabou 8,72% após anunciar a compra de 4,9% das ações ON da Vale (VALE3). Os investidores consideram que a aquisição torna o portfólio da companhia excessivamente complexo. Não dá para negar.  

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Bom final de semana!

Maiores altas

Cielo (
CIEL3): 2,57%
Tim (TIMS3): 1,66%
Americanas (AMER3): 1,34%
São Martinho (SMTO3): 1,27%
PetroRio (PRIO3): 1,27%

Maiores baixas

Cosan (CSAN3): – 8,72%
Petz (PETZ3): – 8,33%
Raízen (RAIZ4): – 6,05%
MRV (MRVE3): – 5,72%
Natura (NTCO3): – 4,84%

Ibovespa: 1,01%, a 116.375 pontos

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Em NY:

S&P 500: – 2,80%, a 3.639 pontos

Nasdaq: – 3,80%, a 10.652 pontos

Dow Jones: – 2,10%, a 29.297 pontos

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Dólar: 0,05%, a R$ 5,21


Petróleo

Brent: 3,71%, a US$ 97,92

WTI: 4,74%, a US$ 92,64

Minério de ferro: 0,16%, a US$ 94,15 a tonelada na bolsa de Cingapura

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