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PETR4 e VALE3 caem, mas bancões seguram Ibovespa

Nos EUA, a abertura de vagas de trabalho foi a menor dos últimos dois anos. Sinal de que o Fed está conseguindo puxar o freio de mão da economia americana. Mas NY deixou a deprê falar mais alto – e caiu. 

Por Bruno Vaiano
4 abr 2023, 17h50
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Pregão monótono na B3. O único grande acontecimento do dia, na agenda brasileira, é uma participação de Fernando Haddad em um evento organizado pelo Bradesco BBI às 17h – ou seja, após o fechamento, com o placar encerrado. Caso ele dê alguma migalha de informação valiosa sobre o novo arcabouço fiscal (a fala do ministro está rolando enquanto este texto é escrito), o impacto só se fará sentir nas negociações de amanhã. 

O petróleo ficou estável – alta de 0,01%. Nada nem remotamente similar ao salto de 6,31% que rolou ontem. Aí PETR4 e RRRP3 deixaram a euforia da véspera para trás e caíram 0,90% e 3,54%. A exceção do setor foi a sempre queridinha Prio (PRIO3). Ela fechou em alta de 4,48% com uma mão dos pitaqueiros profissionais das finanças: várias casas de análise gostaram dos resultados do relatório de certificação de reservas divulgado ontem após o fechamento, o que incentivou as compras. 

O que fez mesmo a cabeça do Ibovespa – o índice fechou em alta de 0,36% – foi a alta coletiva dos bancões. ITUB4, BBDC4 e BBAS3 subiram 2%, 2,23% e 1,66%, segurando o tranco não só da Petrobras como da Vale, que caiu 2,83% puxada pelo segundo dia seguido de queda nas cotações de minério de ferro na Ásia: -2,02% na bolsa de Singapura. 

Se na Faria Lima os investidores viram motivos para ir às compras, nos EUA deu o contrário.

Por lá, rolou uma queda nos juros futuros, o que é promessa de vida para a renda variável. Spoiler: não hoje.

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O catalisador para a baixa de juros foi o relatório Job Openings and Labor Turnover Survey (Jolts) de fevereiro, divulgado hoje. Trata-se de um indicador de emprego nos EUA que acaba servindo de prévia para o Payroll – uma leitura do mercado de trabalho mais influente para os mercados, que sairá nesta sexta (7). 

De acordo com o Jolts, os EUA abriram 9,9 milhões de vagas em fevereiro, versus 10,8 milhões em janeiro e 11 milhões em dezembro. É a primeira vez em dois anos que essa leitura fica abaixo dos 10 milhões. 

A trajetória descendente, embora péssima para o cidadão médio, é considerada um sinal positivo pelo Fed, já que mostra que a economia americana está reagindo ao ciclo intenso de alta na taxa básica de juros que começou em 2022: a “Selic” deles foi de 0,25% a 5% ao longo das últimas dez reuniões do comitê de política monetária. A ideia do BC é combater a inflação esfriando a atividade econômica, e encolher a geração de empregos é um efeito colateral. 

Para quem põe grana na bolsa, a notícia tende a ser ótima. Se o Fed entender que o remédio amargo dos juros está fazendo o efeito esperado, seus dirigentes podem considerar pôr fim do ciclo de alta. E então, com a perspectiva de que a taxa básica se estabilize (e, eventualmente, passe a cair), os investidores entendem que o país pode voltar a crescer, e se sentem mais confiantes na hora de pôr grana em ativos mais arriscados, como ações. 

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No Ocidente como um todo, os indicadores dão alguma esperança: a inflação do conjunto dos países da OCDE desacelerou de 9,2% para 8,8% de janeiro para fevereiro (os números são em relação aos mesmos meses de 2022). 

Curioso é que hoje Nova York não deu bola: os três índices fecharam em queda. Aparentemente, os medos do presente se sobressaíram, com a perspectiva de recessão em 2023 e o medo da repercussão da alta de preços surpresa da Opep+ (que pode dificultar o combate contínuo à  inflação nos próximos meses). 

Afinal, tudo, nos mercados, depende da chave de leitura. Por um lado, uma alta no desemprego é um sinal contraintuitivo de que a política monetária restritiva do Fed está funcionando, o que deve ser comemorado.

Por outro, uma contração no mercado de trabalho é só o que parece ao cidadão comum, mesmo: um sinal de que o país está em maus lençóis. Afinal, juros altos e contração econômica podem até ser uma arma importante no arsenal de um Banco Central competente. Mas bom mesmo – seja para o povo, seja para o investidor endinheirado – é quando tudo vai bem, e os juros podem ficar lá embaixo. 

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Até amanhã. 

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Maiores altas

Rede D’or (RDOR3): +4,55%
Prio (PRIO3): +4,48%
Hypera Pharma (HYPE3): +4,04%
Tim (TIMS3): +3,40%
Energisa (ENGI11): +3,38%

Maiores baixas

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CVC (CVCB3): -5,37%
Via (VIIA3): -4,42%
3R Petroleum (RRRP3): -3,54%
Gol (GOLL4): -3,43%
Natura (NTCO3): -3,39%

Ibovespa: +0,36%, a 101.869 pontos


Em NY:

S&P 500: -0,58%, a 4.100 pontos
Nasdaq: -0,52%, a 12.126 pontos
Dow Jones: -0,59%, a 33.403 pontos

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Dólar: +0,22%, a R$ 5,08


Petróleo

Brent: +0,01%, a US$ 84,94
WTI: +0,36%, a US$ 80,71

Minério de ferro: -2,02%, a US$ 118,85 a tonelada na bolsa de Singapura

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