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PETR4 tomba 5,19% com queda em exportações e draga Ibov: -2,10%

VALE3 (-1,87%) e ITUB4 (-2,23%) também tiveram dia de cão. Nos EUA, Fed aperta o torniquete dos bancos e dá rasteira em Wall Street.

Por Camila Barros
Atualizado em 27 jul 2023, 17h52 - Publicado em 27 jul 2023, 17h52
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Depois de cinco pregões seguidos de alta, o Ibovespa tombou 2,10% nesta quinta-feira. Ele foi puxado pelas companhias de maior peso no índice: VALE3, PETR4 e ITUB4. Juntas, as ações da trinca correspondem a nada menos que 31% do Ibov. 

A maior queda ficou na conta da Petrobras. Na noite de ontem, a petroleira divulgou seu Relatório de Produção e Vendas do segundo trimestre, uma espécie de prévia do balanço financeiro – que sai na quinta que vem. 

A produção de petróleo e gás caiu 1,5% em relação ao trimestre anterior, para 2,64 milhões de barris. Segundo a companhia, tem a ver com as paradas de manutenção das indústrias, tradicionais no setor, menor oferta de gás nos campos na companhia, que passam a ter menos produto para explorar ao longo dos anos, e ao fato de que a estatal se desfez de ativos de gás. 

Por outro lado, as vendas de gasolina subiram 4,8%, e as de diesel, 0,8%. Ao todo, as vendas de derivados do petróleo subiram 1,5% no segundo tri. 

Mas o que pegou mesmo foi nas vendas para o exterior. A Petrobras afirmou que sua exportação líquida (diferença entre a quantidade exportada e importada) caiu 48,1%. Significa que a empresa vendeu menos petróleo para a gringa para produzir combustível por aqui. Não à toa, a capacidade de refino atingiu  93% – e a máxima histórica de 95% em junho. Aí a empresa precisou importar menos. 

Os dados não são necessariamente ruins. O Goldman Sachs avaliou que os resultados vieram em linha com o esperado, e manteve a recomendação de compra para as ações da petroleira. Já o Itaú destacou os esforços para reforçar a produção doméstica.  

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Ainda assim, os papéis PETR4 derreteram 5,19% na sessão; PETR3 foi ainda mais fundo: -5,63%.

Uma parte do mau humor tem a ver com a nova política de dividendos da companhia, que está em aberto e deve ser divulgada nos próximos dias. Ainda há incertezas sobre qual será a nova porcentagem dos proventos, e se será mantido o modelo atual de remuneração. 

O Itaú aposta que a Petrobras pagará até US$ 3,5 bilhões de dividendos para o segundo trimestre, o que deve significar um dividend yield de 3,3% a 4,3% por ação – coisa de 17% em termos anualizados. O Goldman fala em uma fatia de US$ 9 bi, o que daria um yield ainda maior. 

Outro ponto é que esses dados de menos exportação de petróleo veio num momento em que o preço do barril sofreu uma forte queda. No fim de junho do ano passado, o brent era negociado ao redor de US$ 110 por barril; já no fim do primeiro semestre deste ano, saía por US$ 75. Trata-se de uma queda de 32%. Significa que a companhia vendeu menos, e por um preço menor, algo que tem tudo para derrubar o lucro da estatal no trimestre. No Reino Unido, a Shell divulgou hoje um lucro 55,8% menor na comparação com 2022. 

O Itaú disse esperar uma queda de 14% nos lucros da Petro.

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Por último, tem o fator político: segundo informações do Estadão, a ala mais à esquerda do PT quer fazer mudanças na diretoria da estatal, além de indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para ser diretor-presidente da Vale. Isso depois de Lula ter nomeado Marcio Pochmann para o IBGE. 

Não à toa, a mineradora, que divulga seu balanço esta noite, também teve um dia de cão: -1,87%.

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PIB dos EUA

A economia americana mostrou, mais uma vez, que é difícil de abater. Divulgado hoje, o PIB anual do país cresceu para 2,4% no segundo tri, acima das expectativas do mercado. 

Em casos como este, Wall Street costuma variar entre duas reações: uma pessimista, que relaciona o crescimento à alta de juros no futuro, e a otimista, que afasta o medo de uma recessão. 

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Quem ganhou hoje foi a visão otimista. As bolsas começaram o dia no verde, comemorando a percepção de que o país deve viver um soft landing (queda da inflação sem recessão). 

Mas, ao longo do dia, elas caminharam para o lado contrário – e fecharam em queda.

É que o Fed, ao lado do Fdic (órgão regulador do sistema bancário), apresentou uma proposta para tornar as regras de capital mais rígidas no país. A proposta é que os bancos tenham que aumentar suas reservas financeiras em pelo menos 16%. Isso ajudaria a conter os danos em caso de perdas inesperadas – e evitaria casos de falência como do SVB, Signature e First Republic Bank, todos este ano. 

Os críticos da proposta argumentam que a medida reduziria a competitividade no setor, já que menos instituições conseguiriam cumprir a exigência de caixa. A medida derrubou as ações dos bancos americanos. E as bolsas como um todo: S&P 500 caiu 0,64%; Nasdaq, -0,55%. 

Foi um dia de mau humor onde quer que se olhasse. Mas amanhã é sexta-feira – quem sabe a chegada do final de semana anime os mercados?

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Até amanhã!

 

MAIORES ALTAS

Assaí (ASAI3): 4,90%

SLC Agrícola (SLCE3): 3,14%

Magazine Luiza (MGLU3): 2,59%

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Klabin (KLBN11): 1,85%

Suzano (SUZB3): 1,57%

MAIORES BAIXAS

Gol (GOLL4): -5,83%

Petrobras (PETR3): -5,63%

Petrobras (PETR4): -5,19%

Azul (AZUL4): -4,07%

Copel (CPLE6): -3,62%

Ibovespa: -2,10%, aos 119.989 pontos

Em Nova York

Dow Jones: -0,67%, a 35.281 pontos

S&P 500: -0,64%, a 4.537

Nasdaq: -0,55%, a 14.050

Dólar: 0,65%, a R$ 4,7587

Petróleo

Brent: 1,59%, a US$ 84,24

WTI: 1,66%, a US$ 80,09

Minério de ferro: -1,91%, a US$ 118,75 por tonelada na bolsa de Dalian

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