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Petróleo sobe 8,79%, mas o mercado passa bem

Nos EUA, pesa mais o fato de o Fed ter sido camarada na alta; no Brasil, a expectativa de que a curva de juros tenha chegado perto do pico. No fim, Ibovespa sobe 1,77%; S&P 500, 1,23%.

Por Alexandre Versignassi
17 mar 2022, 17h33
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 (Brenna Oriá/VOCÊ S/A)
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A IEA falou, a IEA avisou: a Rússia pode cortar 30% de sua produção nos próximos meses, conforme o cancelamento do país for se consolidando. “Cancelamento” por que não são apenas as sanções que apitam aí. 

Refinarias de países que não impuseram restrições à Rússia tendem a deixar comprar óleo de Putin de um jeito ou de outro: simplesmente pela dificuldade de fazer negócios com o país hoje: não é mais trivial enviar pagamentos à Rússia agora que boa parte dos bancos do país foi banida do Swift, o sistema internacional de transferências.

Vale, obviamente, para o mercado de derivados também. Se você fosse dono de uma distribuidora de combustíveis e quisesse comprar diesel russo, tudo bem, posto que vivemos numa das únicas nações no mundo onde o presidente (e até boa parte da oposição ao presidente) é fã de Putin. Mas.. dada a dificuldade de pagar pelo produto, talvez seja melhor arrumar outro fornecedor, mesmo que esse outro cobre mais caro.

Tem outra: as gigantes globais do petróleo (BP, Exxon, Shell) pararam suas operações na Rússia. Isso significa menos investimento em extração – uma atividade de capital intensivo (e capital é justamente o que falta lá nos arredores dos Montes Urais. 

Feito o alerta da IEA (International Energy Agency), que monitora o fluxo global de petróleo, o mercado de petróleo entrou em pânico, e correu para encher seus estoques enquanto é tempo. Resultado: alta de 8,79% no Brent.

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Nas bolsas

O resto do mercado, porém, deu mais atenção ao lado meio cheio da economia global. A percepção de que alta dos juros nos EUA ontem foi suave fez o S&P fechar de novo em alta: 1,23%.

O Ibovespa foi ainda melhor: 1,77%. E não, não é porque a Petrobras, que responde por massivos 11% do índice, subiu com o petróleo. Ela caiu, na verdade (-2,66%), já que, quanto mais caro o barril, maior o temor de que o governo obrigue a companhia a operar no prejuízo (vendendo combustível importado a um preço menor que o de custo).   

Deram-se bem as petroleiras “não-estatais” do Ibovespa, cujo negócio é só vender petróleo mesmo. PetroRio fechou em 8,16%, 3R Petroleum, em 4,56%.    

Seja como for, ambas são irrelevantes para o índice (o peso das duas juntas é de 1,2%). O que contou mesmo para a alta de hoje foi a percepção de que a curva da Selic pode estar próxima de seu pico. 

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Ontem, o Copom adicionou mais um ponto percentual à Selic, elevando “o preço do dinheiro” a 11,75%. E a previsão do mercado é que as altas parem lá pelos 12,75%. 

A ver, lógico. Mas o fato é que esse clima de “o pior está passando” faz bem para as varejistas, especialmente sensíveis a juros altos (até porque vendem tudo a prazo). Magalu, por exemplo, ficou entre as maiores altas do dia, com 7,99%.

E fica a questão: será que, quando a chave virar e os juros voltarem a cair, a Magalu será a “nova Magalu”? Bom, deixemos isso com videntes.

Até amanhã.     

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MAIORES ALTAS

PetroRio (PRIO3): 8,16%
Magazine Luiza (MGLU3): 7,99%
CSN (CSNA3): 7,95%
Cemig (CMIG4): 6,36%
Banco Inter (BIDI11): 6,36%

MAIORES BAIXAS

MRV Engenharia (MRVE3): -4,89%
YDUQS (YDUQ3): -3,60%
Petrobras PN (PETR4): -2,66%
Petrobras (PETR3): -2,64%
Cyrela (CYRE3): -1,80%

Ibovespa: 1,77%, aos 113.076 pontos

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Em Nova York

S&P 500: 1,23%, aos 4.411 pontos
Nasdaq: 1,33%, aos 13.614 pontos
Dow Jones: 1,22%, aos 34.479 pontos

Dólar: -1,16%, a R$ 5,0343

Petróleo

Brent: 8,79%, a US$ 106,64
WTI: 8,35%, a US$ 102,98

Minério de ferro: -0,12%, negociado a US$ 145,06 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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