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PIB da China sobe 8,1%: maior crescimento em dez anos

Mesmo assim, Pequim decide ir na contramão do resto do mundo, e baixa os juros.

Por Alexandre Versignassi, Guilherme Jacques
17 jan 2022, 08h31
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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2017: 6,9%

2018: 6,7%

2019: 5,9%

Esse foi o ritmo de queda no crescimento do PIB chinês nos últimos anos antes da pandemia. Aí veio a pandemia, que desacelerou o PIB para 2,3%.

E agora, uma recuperação forte. A China divulgou nesta madrugada um crescimento anual de 8,1%, o ritmo mais intenso desde 2011.   

 Mas o número sozinho engana. A maior parte dessa alta ficou concentrada no primeiro trimestre de 2021 (18% na comparação com o último tri de 2020). Dali em diante o ritmo trimestral foi diminuindo: 

2T21: 7,9% 

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3T21: 4.9%

4T21: 4,0%

Por conta disso, a divulgação do PIB chinês veio acompanhada de uma notícia pouco comum nestes tempos: uma queda nos juros – algo que não acontecia por lá desde março de 2020. 

Pequim baixou a “Selic” local em 0,1 ponto percentual, de 2,20% para 2,10%.  

O movimento também vem na esteira da Ômicron. No sábado, a imprensa oficial divulgou o primeiro caso de transmissão local da variante. Como a política por lá é de tolerância abaixo de zero com o vírus, espera-se mais medidas de restrição (com o agravante das Olimpíadas de Inverno, que começam daqui a três semanas em Pequim). 

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A baixa nos juros, então, vem para fazer um contrapeso, estimulando a economia pela via monetária. Mas vale lembrar que ela só é possível porque a inflação está quietinha por lá: 0,9% em 2021. Bem abaixo da meta do BC chinês, de 3%. 

A medida tende a ser positiva para a Vale e as siderúrgicas, que têm na China sua Pasárgada. Mas talvez não faça diferença hoje, já que o minério de ferro amanheceu em queda de 1,84% no porto de Qingdao.  

E estes são os grandes fatores internacionais que podem influenciar o Ibovespa hoje: o mercado não abre nesta segunda nos EUA. É o feriado do Martin Luther King Day, comemorado sempre na terceira segunda-feira de janeiro – em celebração ao aniversário de nascimento do maior ativista americano (15/01/1929 – 04/04/1968).

Por aqui, saiu o IGP-10, índice da FGV que contabiliza a variação de preços ao produtor e ao consumidor no mesmo pacote, entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês corrente. A alta foi de 1,79% entre 11/12/21 e 10/01/22, contra uma leve deflação (-0,14%) no período anterior. 

Em 12 meses, o índice acumula alta de 17,82%. Melhor do que em janeiro do ano passado, quando estava em 24,49%. 

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Boa segunda.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: feriado

Futuros Nasdaq: feriado

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Futuros Dow: feriado

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,60%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,66%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,42%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,66%

*às 7h56

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,86%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,74%

Hong Kong (Hang Seng): -0,68%

Commodities

Brent: -0,22%, a US$ 85,87*

Minério de ferro: -1,84%, a US$ 125,65, no porto de Qingdao na China

*às 7h54

Agenda

9h – Banco Central divulga o IBC-Br, levantamento mensal realizado para auferir os rumos do PIB.

10h30 – A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, fala em um evento alusivo a Martin Luther King.

market facts

Venda da Braskem

A Petrobras e a NPS Investimentos (holding da Novonor, ex-Odebrecht) deram o pontapé inicial para venda de suas participações na Braskem (BRKM5). Ambas protocolaram pedidos para uma oferta de ações à CVM e à SEC, órgãos controladores do mercado financeiro no Brasil e nos EUA, respectivamente. O plano é vender simultaneamente os papéis negociados na B3 e seus equivalentes na Nyse, as ADRs da Braskem. Ao todo, as acionistas majoritárias da petroquímica vão vender 154,8 mil ações 79,1 mil pertencentes à NSP e 75,7 mil à Petrobrás. Consideradas as cotações no fechamento de mercado da sexta-feira, a operação deve movimentar, aproximadamente, R$ 8,1 bilhões.

A NPS Investimentos, que detém 38,3% da Braskem, e a Petrobrás, com 36,1% do capital social, aprovaram em conjunto o movimento no final do ano passado.

Nubank é ultrapassado pelo Itaú 

Na sexta-feira, as ações do Nubank fecharam o dia no patamar mais baixo desde o IPO, cotadas a US$ 8,12. Isso fez o banco perder o título de mais valioso da América Latina –  US$ 41,5 bilhões, estimados na abertura do capital. Agora, a avaliação é de US$ 37,4 bilhões, atrás do Itaú (US$ 39,5 bi). Desde o IPO, os papéis do banco roxo acumulam queda de 9,8% na bolsa de Nova York. No mesmo período, as ações do Itaú (ITUB4) na B3 valorizaram 2,11%.

Vale lembrar que, no início do ano, o Nubank entrou na lista de recomendações de compra de bancos de investimento. Na ocasião, o Morgan Stanley previu um potencial de alta de 70% para os papéis em 2022.

Vale a pena ler:

Boom tech na saúde

Nos Estados Unidos, a indústria de cuidados com a saúde já movimenta US$ 3,6 trilhões por ano, o equivalente a 18% do PIB. E a tecnologia tem sido protagonista deste resultado. Inovações como as ferramentas de diagnóstico digital, os dispositivos que monitoram a saúde e o teleatendimento estão provocando uma revolução no setor. Leia nesta reportagem da The Economist.

Tempo das sextechs

E o segmento de bem-estar sexual também passa por uma revolução: deve faturar US$ 108 bilhões no mundo em 2027, e não faltam oportunidades para empreender na área. Na Você S/A deste mês, apresentamos algumas das iniciativas brasileiras. Leia aqui.

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