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Pressionado por NY, Ibovespa começa o ano em baixa: -1,11%.

Ações da Apple caem em Wall Street após preocupações com demanda e levam Nasdaq junto. Aqui, PETR4 se destacou entre poucas altas.

Por Bruno Carbinatto
2 jan 2024, 18h56
 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Feliz Ano Novo!

O mercado global acordou de ressaca depois do feriado da virada, e as bolsas entraram em 2024 no vermelho. Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,57%, enquanto o Nasdaq, que concentra as ações do setor de tecnologia, foi além e tombou 1,63%. Por aqui, o Ibovespa abriu o ano em queda de -1,1%, aos 132.696 pontos.

Este início de ano negativo, porém, vem logo depois de um forte rali nas bolsas globais no final de 2023, após o mercado se convencer de que o Fed, banco central americano, vai começar a abaixar os juros nos EUA em breve – talvez já em março. Isso fez com que o Ibovespa batesse recorde atrás de recorde e terminasse o ano praticamente no seu maior nível nominal da história, após alta de 22% – o que, por sua vez, também abre espaço para realização de lucros.

Num dia de agenda esvaziada, foi esse caminho que as bolsas seguiram. Investidores estão em modo espera, já que os dados mais importantes vêm amanhã: o payroll, relatório oficial de empregos dos EUA, e a ata da última reunião do Fed. Com os dois documentos em mãos, vai ser possível calibrar as apostas e tentar entender se Wall Street foi otimista demais na reta final do ano passado. O xis da questão é procurar por pistas sobre quando o Fed de fato começará a baixar os juros, e também se a economia americana ainda está aquecida, mesmo após tanto tempo de política hawkish o banco central.

Pessimismo tech

O pregão desta terça-feira foi protagonizado pelas techs nos EUA. Em especial, pelos papéis da maior empresa do mundo, a Apple. As ações da maçã caíram fortes 3,58% após o banco britânico Barclays cortar sua recomendação de neutra para equivalente à venda. Foi o maior tombo diário para o papel desde setembro do ano passado.

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Analistas do banco citaram preocupações com a demanda pelos produtos da big tech, desde o iPhone até o Mac. Um dos motivos levantados pela equipe são os resultados fracos na China, onde a economia anda cambaleante, mas também as vendas abaixo do esperado do iPhone 15 em mercados desenvolvidos. Segundo os analistas, espera-se a mesma fraqueza para o iPhone 16.

O relatório é um dos primeiros a trazer visões pessimistas para a Apple, e, por enquanto, ainda é uma exceção. Em 2023, as ações subiram mais de 50% – num ano que foi bom para todo o setor de tecnologia, diga-se, em especial por conta do rali da Inteligência Artificial. No primeiro pregão de 2024, porém, a Apple puxou suas parceiras techs e tombou o Nasdaq. Além dela, Nvidia caiu 2,73% e Meta -2,17%.

Boletim Focus

Por aqui, investidores repercutiram também a divulgação do primeiro Boletim Focus do ano. Esse documento funciona como uma bola de cristal oficial do mercado, reunindo as projeções de várias instituições e empresas. 

Entre os destaques, os economistas esperam uma inflação menor neste ano: 3,90%. Já a Selic deve ficar em 9%, como o mercado já projetava antes. O crescimento do PIB, porém, deve desacelerar para 1,52%, enquanto a previsão para o dólar permanece em R$ 5.

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Apesar de reunir várias projeções de instituições respeitadas, nem sempre o boletim acerta – principalmente quando estamos falando do longo prazo. Algo natural, é claro. Em 2023, isso ficou evidente: no primeiro documento do ano, por exemplo, o mercado previa um crescimento do PIB de menos de 1%, quando, na verdade, esse número ficou mais perto de 3% (o dado oficial ainda será divulgado).

Petróleo

A commodity fechou em queda de 1,49%, a US$ 75,89, ainda repercutindo o receio dos investidores mundo afora quanto a uma demanda mais contida neste ano. Nas últimas semanas, tensões militares no Mar Vermelho após ataques dos Houthis, grupo terrorista do Iêmen, protagonizaram manchetes, e o problema ainda permanece em segundo plano.

As petroleiras da bolsa fecharam em queda: PRIO3 -1,52%, RRRP3 -1,03% e PetroRecôncavo -4,37%. A exceção foi justamente a maior delas: PETR4 subiu 1,45%, entre as maiores (e poucas) altas do dia, o que ajudou a amortecer um pouco a queda do Ibovespa.

Até amanhã.

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MAIORES ALTAS

Pão de Açúcar (PCAR3): 3,20%

CSN Mineração (CMIN3): 1,68%

Petrobras (PETR4): 1,45%

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Raízen (RAIZ4): 1,24%

JBS (JBSS3): 1,04%

MAIORES BAIXAS

Azul (AZUL4): -8,18%

Alpargatas (ALPA4): -8,00%

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Locaweb (LWSA3): -7,32%

Gol (GOLL4): -6,91%

Eztec (EZTC3): -6,58%

Ibovespa: -1,11%, a 132.696

Em Nova York

S&P 500:  -0,57%, aos 4.742 pontos

Nasdaq: -1,63%, aos 14.765 pontos

Dow Jones: 0,07%, aos 37.715 pontos

Dólar: 1,29%, a R$ 4,9158

Petróleo

Brent: 1,49%, a US$ 75,89

WTI: 1,77%, a US$ 70,38

Minério de ferro: 2,93%, a US$ 140,38 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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