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Recuperação de estatais salva Ibov de queda em Wall Street

PETR4 e BBAS3 sobem 2,65% e 2,83% com o adiamento de eventual mudança na Lei das Estatais pelo Senado.

Por Júlia Moura
15 dez 2022, 18h46
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Tem dias em que ser o Brasil no mercado financeiro é bom demais. Hoje foi um deles. Enquanto as bolsas americanas tiveram quedas de mais de 2%, o Ibovespa quase no zero a zero (-0,01%).

O que nos salvou nesta quinta é justamente o que tem puxado nosso freio de mão nas últimas semanas: ações de estatais. Ontem, as ações de Petrobras e Banco do Brasil afundaram com a aprovação, pela Câmara, de um projeto que muda a Lei das Estatais. O mercado colapsou antes mesmo de olhar para o processo todo de aprovação da mudança na lei. Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que não vai ter a mesma pressa em discutir as novas regras. A pauta só deve ser discutida pelo Senado no ano que vem.

A tal mudança é a drástica redução de 36 meses para 30 dias a quarentena de políticos envolvidos em campanhas eleitorais que queiram assumir cargos em empresas públicas. Assim, o petista Aloizio Mercadante ficaria apto a comandar o BNDES e seu colega Jean Paul Prates, a Petrobras. 

O que a Faria Lima observa nesse episódio é até que ponto o Congresso irá fazer as vontades do novo governo. Ou seja, como está a relação entre Executivo (PT) e Legislativo (leia Centrão). A Lei das Estatais fez parecer que o Congresso era um aliado de primeira hora. Talvez não seja bem assim. 

Existem outros riscos no caminho do novo governo. A ministra Rosa Weber votou pela criminalização do Orçamento Secreto, a torneira aberta em prol do Congresso. Se forem extintas, deve diminuir a facilidade com que propostas governistas são aprovadas.

O segundo debate é sobre a distribuição dos ministérios, e quantos deles sobrariam para o Centrão. Menos ministérios, menos apoio no Congresso.

Uma coisa é certa. A nova gestão pode ter tido apoio da Câmara para aprovar o afrouxamento da lei das estatais, mas não levou tudo o que queria. A  PEC de Transição, considerada crucial para continuar os pagamentos do Bolsa Família em R$ 600 no próximo ano, está emperrada e não deve ser votada hoje, como previsto. E com o excesso de demandas governistas do Congresso, pode ter que ser desidratada, custando mais barato ao Estado mas mais caro ao PT, que deve ter que abrir mão de mais moedas de troca.

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O adiamento da votação da Lei das Estatais e da PEC deram o respiro necessário para investidores se recomporem das quedas de 7,93% de PETR4 e de 2,48% de BBAS3 de ontem. Hoje, tais ações subiram 2,65% e 2,83%, respectivamente.

Jurão americano

O rumo que os juros americanos estão tomando preocupa cada vez mais os investidores. Desta vez, o horizonte de juros futuros do Fed foi além do previsto para o mercado, com uma eventual taxa de 5,5%, algo assustador para os padrões dos EUA. A reação das bolsas por lá dá a dimensão do susto: queda de 2,48% do S&P 500.

Oi? Oi!

A Oi finalmente saiu da recuperação judicial. O fim foi decretado ontem, pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A operadora estava em RJ desde 2016, após acumular R$ 65 bilhões em dívidas com 55 mil credores. O mercado comemorou: alta de 29,41% da OIBR3. Leia mais sobre aqui.

MAIORES ALTAS

Marfrig (MRFG3): 4,95%

Cielo (CIEL3): 3,49%

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MRV (MRVE3): 2,89%

IRB Brasil (IRBR3): 2,86%

Banco do Brasil (BBAS3): 2,83%

MAIORES BAIXAS

Gol (GOLL4): -6,49%

Braskem (BRKM5): -4,57%

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CVC (CVCB3): -5,71%

Usiminas (USIM5): -4,20%

Azul (AZUL4): -3,24%

Ibovespa: -0,01%, aos 103.738 pontos

Em Nova York

S&P 500: -2,48%, aos 3.896 pontos 

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Nasdaq: -3,23%, a 10.811 pontos

Dow Jones: -2,25%, aos 33.203 pontos

Dólar: 0,28%, a R$ 5,3157

Petróleo

Brent: -1,80%, a US$ 81,20

WTI: -1,51%, a US$ 76,11

Minério de ferro: 3,23%, negociado a US$ 119,05 por tonelada no porto de Dalian (China)

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