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Só falta aquele 1% pro Ibovespa voltar ao azul em 2020

Graças à vacina e à volta de investidores estrangeiros, a bolsa brasileira emenda quatro dias seguidos de altas.

Por Juliana Américo, Monique Lima, Tássia Kastner
Atualizado em 4 dez 2020, 21h41 - Publicado em 4 dez 2020, 20h12
 (Tiago Araujo/Você S/A)
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Sabe “Aquele 1%”, a música que ficou famosa com Wesley Safadão? Tudo indica que vai ser a trilha sonora do final de semana do pessoal da Faria Lima. É mais ou menos isso que falta para o Ibovespa voltar aos 115 mil pontos e finalmente zerar as perdas do complexo 2020. 

Parece que a bolsa brasileira sobe, sobe, sobe e nunca chega lá. Depois de quatro dias seguidos de alta, o fechamento de hoje deixou o índice na cara do gol aos 113.750 pontos, após uma subida de 1,30%. E isso que nos Estados Unidos as bolsas americanas não só zeraram perdas, mas também voltaram àquele ritmo de “bate recorde” dia sim, outro também.

Tudo bem, não custa lembrar como as coisas estavam andando por aqui para ser tão difícil voltar para o positivo. Coronavírus, pandemia, lockdown, recessão: isso teve em quase todos os lugares do planeta. Mas é que o Brasil caprichou no combo e adicionou crise política, vai e vem com auxílio emergencial, aumento na dívida e dúvidas se vai voltar ao modo “ajuste fiscal” em 2021 — ou seja, caos. 

Só que nessa semana, nada disso importou. Foram dias em céu de brigadeiro, pra continuar o rali de novembro, o melhor mês desde março de 2016, em que o acumulado foi de 16,97%. Notícias sobre vacinas surgem a todo o momento: tal vacina avançou, outra aprovou, outra ainda foi liberada para vacinar a população. Em meio a segunda onda na Europa e nos Estados Unidos, a resolução do problema nunca pareceu tão próxima. A Rússia já até começou a vacinação em massa. 

Isso aumentou a disposição de investidores a tomarem mais risco e, como já dissemos, isso sempre ajuda o Brasil. A turma anda tão confiante na vacina que decidiu até ignorar os alertas da Organização Mundial de Saúde de que o imunizante não vai resolver a pandemia da noite pro dia. 

O fato é que investidores estão mais confiantes, especialmente os estrangeiros. O dinheiro voltou a entrar — antes, só saía. Novembro fechou com o saldo de R$ 30 bilhões aplicados no Brasil pelos gringos. Os dois primeiros dias de dezembro já somam R$ 1,4 bilhão. Por mais que o saldo do ano ainda esteja no negativo de R$ 50 mil, a perspectiva com base nos últimos dias é positiva. 

O ritmo de retomada também é sentido em outro campo importante da economia brasileira, o de commodities. 

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Na quinta, a OPEP, organização que reúne os principais países exportadores de petróleo do mundo, confirmou um acordo de aumento modesto na produção do petróleo em 2021 — de 500 mil barris por dia a partir de janeiro. Com isso, o corte na oferta do ouro líquido será de 7,2 milhões de bpd, ante o corte de 7,7 milhões de bpd que estava previsto antes.

Esse controle da produção barril a barril ajuda a manter os preços da matéria-prima mais ou menos estáveis, o que estabiliza a receita das empresas e dos países que são acionistas das petroleiras.

E foi exatamente o que aconteceu: o preço do petróleo aumentou, fazendo as ações das petroleiras brasileiras também irem às alturas. E, considerando que elas respondem a 10% do índice brasileiro, sobe o Ibovespa junto. 

As Petros todas fecharam bem: desde a Petrobras (PETR4 3,34% e PETR3 3,31%) até sua concorrente PetroRio 8,10%. 

Mas não para por aí. 

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Além da valorização do óleo, outro componente que está voltando com força é o minério de ferro. 

Principal insumo da Vale — outro peso pesado que responde por mais 10% do Ibovespa –, ele influencia bem o mercado financeiro brasileiro e teve cotação recorde no dia de hoje. 

O minério de ferro saltou 5,78% lá no porto de Qingdao e chegou à sua maior cotação nos últimos sete anos, de US$ 145. O preço da commodity fez a festa dos investidores das mineradoras e siderúrgicas. A CNS subiu incríveis 12,45% – sextou. Já a Usiminas teve alta de 6,94% e a Vale valorizou 3,82%, seguidas pela Gerdau Metalúrgica (2,43%) e Gerdau (2,05%). 

Como já falamos ontem, outro indicativo é a chegada do Biden ao posto de presidência dos Estados Unidos, acalmando os ânimos dos que se preocupavam com uma guerra comercial contra a China e problemas na entrega dos estímulos fiscais e aprovação da vacina. 

Enfim, depois de um ano cheio de altos e baixos, o mercado acredita que as coisas parecem estar voltando para os trilhos, voltando tanto que até o Ibovespa vai zerar suas perdas e possivelmente ainda fechar no azul. Vai depender daquele 1%. Bom final de semana.

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Maiores altas

CSN: +12,45%

PetroRio: +8,10%

B2W: +7,68%

Lojas Americanas: +7,02%

Usiminas: +6,94%

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Maiores baixas

Cyrela: −3,60%

MRV: −3,44%

CPFL Energia: −2,91%

WEG: −2,88%

Iguatemi: −2,47%

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Dólar: -0,3%, cotado a R$ 5,12

Petróleo

Tipo Brent: +1,11%, a US$ 49,25 o barril

Tipo WTI: +1,35%, a US$ 46,26 o barril

Wall Street

S&P 500: +0,88% a 3.699 pontos

Dow Jones: +0,83% a 30.218Nasdaq Composite: +0,7% a 12.464 pontos

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