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VALE3 acorda animada com mais uma alta do minério

Brasil debate PIBão agro, sem mão da indústria. Enquanto isso, Wall Street concentra suas esperanças em uma pausa no ciclo de alta dos juros.

Por Bruno Vaiano e Camila Barros
2 jun 2023, 08h33
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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O minério de ferro, que anda volátil, fechou em mais uma alta decidida nos mercados asiáticos: 1,81% para os contratos futuros na bolsa de Cingapura, e 2,9% para as negociações à vista na bolsa chinesa de Dalian. É a segunda alta seguida após meses de queda decidida com o frustrante crescimento da economia chinesa no pós-covid.

Contra esse problema, a solução são dados fortes, e dados fortes foram o que tivemos: o PMI chinês, índice de produção industrial, que finalmente subiu em maio: 50,9, versus 45,3 em abril. Vale lembrar que, neste dado, o 50 representa a barreira entre contração e crescimento. Quando o número vem acima desse patamar, significa que a produção aumentou. A Vale e seu séquito de mineradoras e siderúrgicas, que dependem do mercado chinês, agradecem. Os recibos de VALE3 na bolsa de Nova York estão em alta de 3,68% no pré-market.

Enquanto isso, tudo em paz no Congresso. Pelo menos no dos EUA (rs). Com o imbróglio da dívida pública encaminhado por lá – o Senado ainda precisa votar, mas lá a maioria é democrata –, os olhares dos investidores podem se voltar a outras questões. Por aqui, o cofre recheado encontrado pela PF põe Lira nas capas dos jornais. Mas o que o mercado queria da Câmara, ele já teve: o tão-aguardado fim da tramitação do novo arcabouço fiscal na Casa. É hora de falar de PIB. 

Em Wall Street, sem novidades: o drama, como sempre, é a taxa básica de juros. O ciclo de aperto começado em 2022 parece estar próximo do fim. É quase certo que haverá mais uma ou duas altas até o final do ano. Mas a maioria (71,5%, para ser preciso) aposta que o banco central americano fará uma pausa na próxima reunião do comitê de política monetária, marcada para os dias 13 e 14 de junho.

A principal fonte de esperança foi uma fala de James Bullard, o presidente da sucursal do Fed em St. Louis – que tem fama de durão, mas admitiu que a Selic americana já está próxima de um patamar “suficientemente restritivo”. 

Às 9h30 da manhã conheceremos os dados do Payroll, a mais importante pesquisa de emprego americana. Como de praxe, os investidores torcem por dados fracos, que mostrem a economia esfriando com o remédio amargo dos juros. A bola de cristal do mercado fala em 200 mil vagas abertas em maio, contra as 235 mil de abril. É uma desaceleração, mas ainda é muito para o Fed, que mira em 100 mil. E a taxa de desemprego deve permanecer em platônicos 3,5%.

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Por aqui, é o PIBão que está em debate. Nossa economia cresceu 1,99% no primeiro trimestre com uma força do setor agropecuário, que subiu 21,6% no período de três meses. Na comparação anual, com o mesmo trimestre do ano passado, a alta no produto brasileiro foi de 4%. Esse aumento na oferta de produtos agrícolas é bom para frear a inflação, já que reduz os preços dos alimentos nas gôndolas. Notícia boa para o Banco Central e para a bolsa. 

A indústria não contribuiu com o sucesso do PIB: encolheu 0,10% no trimestre, em um sinal claro de desaceleração da economia. Hoje, diga-se, conheceremos o dado específico de produção industrial, às 9 da manhã. Espera-se um recuo de 0,3% em abril, contrariando a alta de 1,1% que havia sido registrada em março. 

Bons negócios! 

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,49%

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Futuros Nasdaq: 0,41% 

Futuros Dow: 0,53%

*às 8h08

market facts

Pé no freio

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A Rede D’Or informou que vai adiar a inauguração de hospitais. Agora, caiu para sete o número de unidades previstas para serem lançadas até 2025 – no plano inicial, eram onze. O número de leitos total também caiu, de 2.092 para 1.303. No entanto, o plano geral de expansão, que prevê 49 novos hospitais até 2027, não sofreu grandes mudanças.

A companhia vem sendo fortemente impactada pela alta de juros. No primeiro tri, suas despesas registraram alta de 36,7% em um ano, para R$ 1 bilhão.Por isso, o pé no freio foi interpretado como uma boa tentativa de botar ordem na casa. As ações RDOR3 subiram 4,24% no pregão de ontem, a R$ 30,23. 

Agenda

Brasil, 5h: IPC de maio;
Brasil, 9h: produção industrial de abril do IBGE;
EUA, 9h30: Payroll de maio (relatório mensal de emprego).

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,24%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,98%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,24%

Bolsa de Paris (CAC): 1,31%

*às 8h14

Fechamento na Ásia

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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): +1,44%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): +1,21%

Hong Kong (Hang Seng): +4,02%

Commodities

Brent: +1,84% a US$ 75,65 o barril

*às 7h08

Minério de ferro: +2,90%, a US$ 105,60 a tonelada, na bolsa de Dalian

Vale a pena ler:

Poderosa chefona

A China desbancou o FMI do posto de credora do mundo. Ela empresta dinheiro a rodo, sobretudo a economias emergentes. Mas o país asiático faz o estilo agiota casca grossa. Em 12 países pobres – incluindo Paquistão, Quênia e Zâmbia – a dívida com a China tem dificultado a prestação de serviços públicos básicos, tipo fornecimento de escolas e sistema elétrico. É que o gigante asiático não é fã de perdoar dívidas. Entenda a história nesta reportagem da Associated Press, traduzida pelo Estadão

A nova onda de imigração em massa

Os países ricos estão vivendo a maior onda de imigração da história. Espera-se que 1,4 milhões de estrangeiros se mudem para os EUA até o fim deste ano. Na Europa, a expectativa também é alta. O fenômeno já estava a todo vapor no ano passado: Reino Unido, Austrália, Espanha, Canadá e Alemanha registraram números recordes de taxa de emigração – medida pela quantidade de estrangeiros que chegaram ao país menos a número de nativos que saíram. 

Ao contrário do que rolou em ondas de imigração anteriores, como em 2015, esses países não têm tratado a imigração como um problema a ser combatido. Pelo contrário: têm assinado acordos para receber estrangeiros, na expectativa de fortalecer seu mercado de trabalho escasso de mão de obra. Esta reportagem da Economist conta o que o fenômeno imigratório pode significar para os países ricos. 

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