Votação da Reforma Tributária fecha semana eufórica para o Ibovespa
Dados mistos da China e pauta de Brasília guiam o índice logo após atingir sua máxima histórica. Nos EUA, S&P 500 caminha para sua sétima alta semanal seguida e também se aproxima do seu recorde.
Bom dia!
Sextou para o Ibovespa. Independentemente do que rolar no último pregão da semana, o índice já pode festejar o recorde dos 130k, atingidos ontem.
Hoje o foco está em Brasília. Após derrubar vetos do presidente Lula ontem – o que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos até 2027 –, o Congresso pode votar a Reforma Tributária hoje. O texto já passou pela Câmara e pelo Senado, mas, como foi modificado, volta à análise dos deputados.
A ideia do acordo costurado entre os políticos é que a reforma seja promulgada ainda este ano, com possíveis pontos polêmicos sendo decididos a parte, posteriormente.
Nos EUA, os futuros levemente no azul indicam que o gás injetado no mercado pelo Fed na quarta-feira ainda pode sustentar um bom humor. O tom suave do banco central, que indica mais cortes nos juros para o ano que vem, aumenta o apetite por risco dos mercados.
O S&P 500 caminha para sua sétima alta semanal seguida, no maior patamar desde janeiro de 2022, e muito próximo de também quebrar seu próprio recorde.
Na China, as bolsas fecharam em baixa (CSI 300 -0,31%) após dados econômicos virem mistos. A produção industrial subiu 6,6% em novembro na comparação mensal, acima da expectativa (5,4%). As vendas no varejo também subiram (10%), mas abaixo do esperado (12,5%).
Os dados mais assustadores, porém, vieram do fragilizado mercado imobiliário. Os preços das casas caíram pelo quinto mês seguido, e as vendas de moradias diminuíram 4,3%. Isso reacende os temores da crise imobiliária que assombra o país e levanta dúvidas sobre qual será a postura de Pequim, que vem evitando estímulos muito generosos à economia chinesa.
Em resposta, o minério de ferro cai 1,37% na bolsa de Dalian.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,25%
Futuros Nasdaq: 0,30%
Futuros Dow Jones: 0,39%
*às 8h06
11h15 EUA divulgam produção industrial de novembro
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,75%
- Londres (FTSE 100): -0,40%
- Frankfurt (Dax): 0,49%
- Paris (CAC): 0,77%
*às 8h07
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,31%
- Hong Kong (Hang Seng): 2,38%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,87%
- Brent*: 0,46%, a US$ 76,96
- Minério de ferro: -1,37%, cotado a US$ 131,62 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 7h55
A crise de energia no Paquistão
No final de 2021, a equipe responsável pelas vendas de gás natural liquefeito (GNL) do Gunvor Group, uma empresa de commodities suíça, foi convocada para uma reunião. Motivo: as forças russas estavam se concentrando nas fronteiras da Ucrânia e uma invasão era iminente, o que aumentaria, e muito, os preços globais de energia. O grupo saiu da sala com a tarefa de encontrar mais GNL para vender — e rápido.
A equipe vasculhou os acordos da Gunvor, especialmente aqueles que prometiam entregar o gás a preços muito menores do que a companhia achava que eles poderiam chegar com a guerra.
Quando o exército russo invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, os preços do gás subiram mais de 150% em 11 dias. Esta matéria da Bloomberg mostra como, na mesma época, a companhia parou de responder às comunicações do governo paquistanês, alegando falta de pagamento (afirmação contestada pelo país). Depois, rescindiu totalmente o acordo com o Paquistão, redirecionando as cargas de GNL para países como o Reino Unido e a Itália — por 3x mais grana do que o antecipado.