Os protestos de trabalhadores da Amazon em meio à pandemia
Empresa de Jeff Bezos, que há anos sofre com denúncias sobre as condições de trabalho em seus centros de distribuição, voltou a ser alvo durante a pandemia.
Enquanto Jeff Bezos assiste sua fortuna de US$ 200 bilhões aumentar diariamente mesmo com a crise, no final de setembro, 31 ex-funcionários de alguns centros de distribuição americanos foram às redes sociais denunciar condições precárias de trabalho na Amazon.
Entre as reclamações estavam as longas jornadas, com turnos que chegavam a mais de dez horas diárias, e baixos salários, cerca de US$ 3 mil por mês (o que nos EUA dá dois salários mínimos). Alguns citavam que até as idas ao banheiro eram restringidas pelos chefes.
Desde 2018, a Amazon é alvo de acusações desse tipo, porém a pressão em cima da empresa de Jeff Bezos aumentou na pandemia. Em agosto, nos Estados Unidos, ex-funcionários lideraram um protesto em frente à casa do bilionário Bezos, alegando, entre outras coisas, que a companhia não oferecia proteção adequada em relação ao coronavírus. A manifestação reuniu algumas dezenas de trabalhadores e contou até com uma guilhotina.
Contudo, o levante contra a gigante do e-commerce é global. Um mês antes, em julho, mais de 2 mil trabalhadores de seis centros de distribuição da Amazon na Alemanha entraram em greve simultaneamente. A paralisação, que durou dois dias, aconteceu depois que 36 funcionários das unidades foram infectados pelos coronavírus.
Segundo o sindicato Verdi, segundo maior da Alemanha, a Amazon não estaria oferecendo testes a todos os trabalhadores, nem isolando aqueles que tiveram contato com colegas contaminados. Entre as exigências estavam licença remunerada para profissionais afastados por questões de saúde e o restabelecimento do adicional de risco ao coronavírus, de 2 euros por hora, que havia sido cortado em maio.