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Engajamento é a chave da filantropia nas organizações

Engajar os funcionários para a causa social é um desafio a ser ultrapassado por aqueles que atuam nesse segmento

Por Jorge Santos Carneiro*
Atualizado em 2 jan 2020, 14h55 - Publicado em 29 jul 2016, 13h34

O resultado do último World Giving Index 2015, conhecido como o Ranking Global de Solidariedade, mostra que o Brasil ainda tem muito a evoluir no que diz respeito a ações de voluntariado. Hoje, o país ocupa a 105ª posição em um universo de 145 países pesquisados. Para mudar essa realidade, não são apenas as pessoas físicas que precisam se engajar mais. É necessário também que as corporações se atentem mais a essa questão e sejam ativas na reversão desse quadro.

Um dos pontos de partida para as empresas é estabelecer programas de voluntariado que transformem a experiência de ajuda social em uma prática recorrente, que permeie o cotidiano dos funcionários ao longo de todo o ano. Dessa forma, torna-se possível aliar a doação de recursos financeiros da empresa com a dedicação dos colaboradores, que em muitos casos até já possuem o desejo pessoal de ajudar em ações sociais, multiplicando a força e potencializando o alcance e o resultado das ações.

No mundo, a Sage Foundation atua com um modelo exclusivo baseado no sistema “2+2+2”.  O programa prevê encorajar nossos colaboradores para que doem 2% do seu tempo a ações de voluntariado. Para isso, concedemos cinco dias de trabalho anuais para que realizem atividades sociais. Somado a isso, 2% do fluxo de caixa da empresa é doado trimestralmente como forma de apoiar as comunidades nos locais em que nossas unidades estão inseridas. 

Para completar o ciclo de engajamento, duas licenças de produtos da Sage são doadas anualmente para instituições sociais. Dessa forma, viabilizamos o investimento de tempo e de recursos a favor da transformação da realidade, criando oportunidades que geram sustentabilidade social e econômica, além de incentivarmos o empreendedorismo. 

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Exercer o voluntariado é um modo de despertar a consciência social e, sobretudo, o sentimento de ter nas mãos o poder de transformação da realidade. Esse avanço gera um grande potencial, uma vez que cada colaborador pode se tornar um influenciador para as causas sociais também em seu entorno, ultrapassando as barreiras regionais de onde a empresa está inserida.  

Na prática, engajar os funcionários de forma verdadeira para a causa social é ainda o maior desafio a ser ultrapassado por aqueles que se dispõem a atuar nesse segmento. Para vencer a resistência inicial, é preciso mudar a visão sobre o voluntariado, considerado muitas vezes unicamente como ação assistencialista. Expandir o olhar é um dos caminhos, aumentando a consciência de que as ações sociais devem ser percebidas como oportunidades para troca de experiências e promoção de oportunidades para o aprendizado e a transformação. 

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A contribuição, por sua vez, deve partir das preferências e habilidades pessoais de cada um, abrangendo inclusive atividades que conversem com a realidade profissional do funcionário. Assim, um analista financeiro pode, por exemplo, partilhar seus conhecimentos técnicos e auxiliar instituições de caridade na administração dos recursos e de doações recebidas.

A essência do trabalho voluntário está na concessão do próprio tempo e no envolvimento com o projeto. Dois tópicos para os quais as empresas têm possibilidade de contribuir ativamente, estimulando os colaboradores e fazendo disso uma prática real e constante dentro de sua rotina.

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* Este artigo é de autoria de Jorge Santos Carneiro, presidente da Sage no Brasil, e não represente necessariamente a opinião da revista.

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