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A diáspora brasileira

Uma onda migratória em direção aos EUA contagia empresas, investimentos e pessoas. Entenda o fenômeno em uma série de reportagens nesta edição da Você S.A.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 10 dez 2021, 08h34 - Publicado em 10 dez 2021, 07h59
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 (Augusto Zambonato/VOCÊ S/A)
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Nubank, XP, PagSeguro, Stone. Algumas das empresas mais admiradas e promissoras do país decidiram trocar a bolsa brasileira pela americana – deixando de lado a B3 para vender suas ações na NYSE ou na Nasdaq. A ideia é buscar capital diretamente no centro nervoso da economia planetária, e em dólar – de modo que grandes investidores não precisem fazer uma escala no Brasil, em reais, para tornarem-se sócios dessas empresas.

O movimento para Nova York pega os pequenos investidores também. Até um ano atrás, comprar ações gringas via BDRs era algo para poucos – só podia quem tivesse mais de R$ 1 milhão investido. A regra caiu, as portas se abriram, e hoje 266 mil brasileiros investem nos recibos de ações de companhias estrangeiras – pouco perto dos 4 milhões de CPFs na B3, mas um número já considerável para um produto tão novo (até 2017, outro dia, a bolsa inteira tinha só 600 mil investidores pessoa física).

Outros tantos investem diretamente lá fora. A Avenue, corretora com sede nos EUA e especializada em atender brasileiros, afirma ter 400 mil contas abertas, o dobro de 2020. Na nossa reportagem de capa, a editora Tássia Kastner mostra as razões que levam cada vez mais empresas e investidores brasileiros para os Estados Unidos.

E não é só no mercado financeiro que a busca pelo exterior cresce. Se todos os brasileiros que vivem nos EUA formassem uma cidade, ela já teria 1,7 milhão de habitantes – patamar equivalente ao de Recife e Curitiba. No mundo, são 4,2 milhões.

Como escreve o repórter Bruno Carbinatto, em sua matéria sobre a exportação de mão de obra – e de cabeça de obra: “É um aumento de 35% em relação a 2010. Só entre 2018 e 2020, o país perdeu 625 mil pessoas para outras nações. É como se toda a população de Cuiabá tivesse desaparecido”.

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Imigração, aliás, já foi sinônimo de trabalho braçal, mas essa realidade está mudando. O repórter Tiago Cordeiro conta histórias de quem saiu do país para empreender, e diz o que é preciso para dar esse salto. A seção Profissões também entra na onda migratória: a repórter Juliana Américo fala de uma área de atuação particularmente interessante para brasileiros que queiram trabalhar fora.

Tudo isso faz desta edição um especial temático, voltado a diferentes formas de se abrir para o mundo. As reportagens não deixam de analisar o problema que essas diásporas representam para o país, claro, mas o ponto focal delas é outro. Trata-se de apresentar mais oportunidades para os seus investimentos – e para a sua vida.
Feliz 2022.

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