Pedidos de recuperação judicial batem recorde histórico, com alta de 37,7% no ano
Foram 2085 requerimentos até novembro de 2024 – número mais alto desde 2016. Falências também registraram alta.

De acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, os pedidos de recuperação judicial em outubro de 2024 registraram alta de 37,7%, em comparação com o mesmo mês de 2023. Foram 223 solicitações, a terceira maior taxa de 2024.
Naquele mês, as micro e pequenas empresas lideraram as requisições, com 177 pedidos, em seguida estavam os médios negócios (38) e os grandes (8).
Até a conclusão deste texto, os dados mais recentes disponíveis na Serasa Experian eram de novembro de 2024. Nesses onze meses, foram 2085 recuperações judiciais requeridas.
Contudo, mesmo faltando um mês para finalizar a análise anual, as requisições já ultrapassaram o pior ano da série histórica do indicador, que foi 2016, em que houveram 1863 requerimentos.
Dá para fazer uma estimativa, baseada nos números de janeiro até novembro, de que 2024 vai fechar acima de 2,2 mil solicitações de recuperação judicial – 22% acima de 2016.
A maioria dos requerimentos está entre as pequenas e médias empresas, que têm um acesso bem mais restrito a créditos bancários.
“A alta das taxas de juros eleva o custo do crédito e dificulta o pagamento das dívidas pelas empresas. Além disso, a inadimplência dos consumidores impacta negativamente o fluxo de caixa das companhias, já que a inflação reduz o poder de compra, diminuindo as vendas e afetando a saúde financeira dos negócios”, comenta o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Ainda segundo o Indicador de Recuperação Judicial e Falências, a visão por setores mostrou que, até o mês de novembro, o setor de Serviços registrou a maioria das requisições (849) e a Indústria a que menos demandou (323).
Pedidos de falências crescem 82,1% em um ano
O Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian também mostrou os dados dos pedidos de falências de novembro. Foram 71 registros, um crescimento de 82,1% em relação ao mesmo período do ano passado e uma queda de 22,8% se comparado com o mês anterior.
As “Micro e Pequenas Empresas” tiveram o maior número de requisições (39), seguidas pelas “Grandes Empresas” (23) e as “Médias” (9). Na visão por setores, o “Primário” não marcou solicitações, já “Serviço” apontou 28, “Comércio” 23 e “Indústria” 20.
“Os pedidos de falências ocorrem como última tentativa de os credores evitarem um prejuízo maior e receberem da empresa devedora um valor proporcional ao crédito concedido”, afirma Rabi.