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Passamos do meio do ano: hora de rever as finanças pessoais

Encare de frente as contas: veja o que deu errado no seu planejamento até agora, e recalcule a rota antes que 2024 acabe (e o seu dinheiro também).

Por Luana Franzão
13 ago 2024, 08h00
A imagem mostra uma figura em miniatura de uma pessoa sentada em cima de uma pilha de moedas douradas, lendo um jornal. A figura está vestida com roupas formais, e a cena é capturada em um fundo branco, destacando o contraste entre o pequeno tamanho da figura e as moedas maiores.
Hora de revisar o que está funcionando e o que não deu certo no seu planejamento financeiro (Mathieu Stern/Unsplash)
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hegou o segundo semestre, e com ele a sensação de que mais um ano passou voando e está perto de acabar. Mas, calma, ainda tem chão. E você precisa estar pronto financeiramente para os meses que vêm aí.

Ter previsibilidade no orçamento vale mais a pena do que ficar com medo de olhar a conta bancária todo fim de mês (a gente te explica por que pode ser tão difícil lidar com as finanças nesta reportagem). E, em geral, o brasileiro sabe disso. Uma pesquisa realizada pelo Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, mostrou que o debate sobre educação financeira vem crescendo no país.

Entre a maioria dos entrevistados que conseguiram limpar o nome em 2023, a palavra que rege este ano é “Organização” (26%). “Superação” (22%), “Tranquilidade” (17%) e “Desafio” também são destaques no dicionário. Entre quem ainda tem dívidas pendentes, a palavra que descreve sua relação com o dinheiro é “Dificuldade” (31%).

Os consumidores sem dívidas estão confiantes, e 84% dos 4.471 respondentes acham que vão pagar suas contas em dia em 2024. 28% dos adimplentes querem investir, 28% vão cuidar da saúde, 23% pretendem empreender e 21% vão viajar.

O mesmo estudo mostra que os hábitos de organização financeira mais adotados entre consumidores com o nome limpo são:

  1. Colocar metas para economizar (37%)
  2. Diminuir os gastos do dia a dia (36%)
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E eles estão corretos. Mas há mais que pode ser feito para terminar este ano no azul, e, se tudo der certo, com uma graninha sobrando. Vamos a algumas práticas que podem ajudar.

Revise suas metas e gastos de forma realista

É hora de ver o que funcionou e o que não deu certo em relação ao que você tinha planejado no início do ano. E então mudar de rota em tempo hábil, se necessário. A meta que você colocou de economia do seu salário está funcionando? Quantos foram os meses em que você realmente conseguiu guardar o que previa?

Calcule, honestamente, o que sobra ou quanto falta de grana quando compara seu salário e suas dívidas. Encarar a realidade é o melhor primeiro passo nas discussões sobre planejamento financeiro.

Quite suas dívidas

Antes de ter ideias mirabolantes para investir na bolsa ou abrir seu próprio negócio, quite suas dívidas. É sério! O mais importante, sempre, é dar prioridade ao que está pendente.

Isso porque dívida alimenta dívida. Gastar dinheiro sem pagar o que deve é uma areia movediça, da qual é bem difícil sair. Não pagar a totalidade da fatura do cartão cria juros, usar o cheque especial cria juros… enfim, tudo vira juros.

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Portanto, o melhor para terminar o ano em paz é colocar todos os esforços em pagar o que deve, e no máximo tirar um pouco da renda para uma reserva de emergência. Opa, vamos ver o que é isso. 

Reserva de emergência

Novamente, tenho certeza de que você já ouviu alguém te dizer que ter uma reserva de emergência é essencial – mais de uma vez. Mas é importante mesmo.

A principal característica da reserva de emergência é que nunca sabemos quando ela vai ser usada, mas ela pode salvar sua vida financeira. Shit happens! Imprevistos estão por aí para nos pegar de surpresa.

Tire um pouco do seu ganho mensal para guardar para um momento de dificuldade. E atenção: momento de dificuldade não é gastar mais do que devia no cartão de crédito. Estamos falando daquelas coisas que exigem um grande investimento e são inadiáveis: um carro que quebrou do nada, uma visita emergencial ao veterinário, um vazamento em casa, etc.

Em entrevista à Você S/A, que você pode ler aqui, a Sigrid Guimarães, sócia e CEO da Alocc Gestão Patrimonial, uma gestora de patrimônio familiar, lembrou: quanto mais cedo você começar a poupar, melhor. “O tempo te ajuda – assim, terá juros sobre os juros. E quando você abre mão de alguns prazeres imediatos, você constroi tranquilidade no futuro.”

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Se não tiver reservado esse dinheiro durante o primeiro semestre, comece agora. O método 50-30-20 pode te ajudar a guardar uma graninha, leia mais sobre ele aqui.

Mão coleciona moedas em cima de uma mesa
De moeda em moeda, uma reserva de emergência (foto/Thinkstock)

Analise seu custo de vida

Vamos olhar mês a mês a sua vida. De janeiro a julho, o que mais te custou? Onde gastou mais dinheiro? Entenda onde falta e onde sobra.

Talvez seja possível cortar algum gasto: cozinhar mais vezes em casa, pegar um ônibus em vez de um Uber (essa é dolorida, eu sei) e beber um pouco menos no bar são formas de cortar algumas ervas daninhas do orçamento.

Saber mais ou menos quanto gasta no mercado, quanto gasta de gasolina, quanto somam suas contas recorrentes no mês é essencial para compreender o que pode ser feito na vida financeira. Aproveite para fazer isso agora, uma vez que esses gastos costumam mudar de ano para ano.

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Calma com a gastança no fim do ano

Além dos gastos recorrentes de cada mês, o fim do ano tem um gostinho especial na planilha de gastos.

Muitos viajam no Natal e no Ano-Novo. Espalhar esse gasto nos meses seguintes é uma forma de mitigar os impactos. Comprar passagens e fechar estadias com antecedência é uma forma de economizar. Também guarde um pouco a cada mês para essa ocasião, já que vai querer comer, beber e comprar mimos nos destinos.

Vamos analisar quem vale a pena presentear neste ano. Sua tia gosta mesmo daquele creme que você dá todos os anos? Às vezes, guardar os presentes para os mais próximos é um jeito de economizar (com educação, lógico).

Para os CLTs, não esqueçam de contabilizar o 13º salário na planilha! Nem tudo é ruim, viu só?

Cuidado com os parcelamentos

O parcelamento existe para te ajudar a ter bens maiores sem pesar no orçamento. Mas lembre-se de pegar leve nessa funcionalidade, para não entrar em uma bola de neve. Quanto mais parcelas tiver na sua fatura no fim do mês, menos espaço real você tem no orçamento.

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O ideal dos ideais é focar em um parcelamento de cada vez. Mas dá para fazer um bom uso da ferramenta com parcimônia e tendo um bom conhecimento da sua vida financeira.

Na verdade, parcimônia com qualquer tipo de crédito é o ideal. Lembre-se de que crédito não é dinheiro de verdade, é um empréstimo!

Pense no seu futuro profissional

Ter um planejamento financeiro organizado pode te ajudar a ter uma vida profissional mais lúcida. É mais fácil se arriscar a aceitar uma nova posição se tiver conhecimento sobre seus gastos e ganhos, e entender como um novo emprego vai mexer nesse equilíbrio.

Às vezes aparece o trabalho dos sonhos, e é melhor ir sabendo que tem margem nas contas para se adaptar a um novo trampo.

Considere renegociar as dívidasHá programas que podem te ajudar a sair da pressão das dívidas. Não se esqueça de verificar se há possibilidade de renegociação para seus débitos. É possível negociar melhores condições de pagamento com as instituições financeiras e com outros órgãos. Afinal, esses emprestadores de grana não querem te perder como cliente. Você é a mina de ouro deles, mesmo quando não está endividado e pede um financiamento, por exemplo, para comprar um apartamento. Esses juros tornam os bancos mais ricos, e você perder o crédito no mercado é ruim para toda a economia. Mas, principalmente, para a sua, claro.

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